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Fim da AZUL4? Azul propõe extinguir ações preferenciais e unificar capital

por Ana Luiza Farias - Repórter de Negócios e Empreendedorismo
22/12/2025
em Business, Destaque, News
Fim Da Azul4? Azul Propõe Extinguir Ações Preferenciais E Unificar Capital - Gazeta Mercantil

O possível fim da AZUL4 entrou definitivamente no radar do mercado financeiro após a Azul Linhas Aéreas convocar uma Assembleia Geral Extraordinária e uma Assembleia Especial para o dia 12 de janeiro de 2026. A proposta, que integra o plano de recuperação judicial da companhia nos Estados Unidos, prevê a extinção das ações preferenciais e a conversão integral desses papéis em ações ordinárias, alterando de forma profunda a estrutura acionária da empresa.

O movimento representa uma das mudanças mais relevantes já anunciadas pela Azul desde sua abertura de capital e ocorre em um momento delicado para o setor aéreo, marcado por altos custos operacionais, volatilidade cambial e necessidade constante de capitalização. Ao propor o fim das preferenciais, a companhia sinaliza ao mercado que está disposta a promover uma reconfiguração estrutural para viabilizar sua reorganização financeira de longo prazo.

Reestruturação e mudança estrutural no capital da Azul

A proposta que pode consolidar o fim da AZUL4 faz parte do plano de recuperação judicial conduzido sob o Chapter 11 da legislação americana. Esse tipo de processo permite que empresas renegociem dívidas, redefinam compromissos com credores e reorganizem sua estrutura de capital, mantendo as operações em funcionamento.

No caso da Azul, a conversão das ações preferenciais em ordinárias é apresentada como um passo necessário para simplificar a base acionária e reduzir complexidades societárias. Atualmente, a coexistência de duas classes de ações impõe distinções relevantes entre acionistas, especialmente no que diz respeito a direitos políticos e econômicos.

Com a proposta, todo o capital social da companhia passaria a ser composto exclusivamente por ações ordinárias, todas com direito a voto, encerrando uma estrutura que historicamente separava investidores com foco em dividendos daqueles interessados em influência nas decisões corporativas.

Como funcionará a conversão das ações

O desenho da proposta que envolve o fim da AZUL4 estabelece que cada ação preferencial será convertida em 75 ações ordinárias. Segundo a administração da companhia, essa relação foi definida com base na equivalência econômica histórica entre os dois tipos de papéis.

Na prática, isso significa que os atuais detentores de AZUL4 deixariam de existir como classe específica de acionistas e passariam a integrar o grupo de acionistas ordinários, agora com direito a voto. A mudança elimina a principal diferença entre as ações, já que as preferenciais garantiam prioridade no recebimento de dividendos, enquanto as ordinárias asseguravam participação nas assembleias.

Com a conversão, todos os acionistas passam a ter os mesmos direitos e deveres, o que, segundo a Azul, torna a governança mais simples e alinhada às exigências do processo de recuperação judicial.

Dupla aprovação será necessária

Para que o fim da AZUL4 seja efetivado, a proposta precisa ser aprovada em duas frentes distintas. Os acionistas detentores de ações preferenciais deverão deliberar sobre a conversão em assembleia especial, enquanto os acionistas de ações ordinárias precisarão confirmar a decisão em assembleia geral extraordinária.

Ambas as reuniões estão marcadas para o mesmo dia, o que evidencia a urgência e a relevância estratégica do tema para a companhia. A exigência de aprovação em dois grupos reflete a necessidade de respeitar os direitos de cada classe de acionistas, mesmo em um contexto de reestruturação profunda.

A aprovação simultânea será determinante para que a Azul avance nas próximas etapas de seu plano financeiro, incluindo renegociação de dívidas e eventual capitalização de créditos.

Por que a Azul quer extinguir as preferenciais

Segundo a administração, o fim da AZUL4 não é apenas uma escolha estratégica, mas uma exigência do plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça americana. A simplificação da estrutura societária é vista como essencial para viabilizar acordos com credores e facilitar futuras operações de financiamento.

Em processos de reorganização, estruturas acionárias complexas tendem a dificultar negociações, especialmente quando envolvem diferentes classes de ações com direitos distintos. Ao eliminar essa divisão, a Azul busca reduzir incertezas jurídicas e alinhar interesses entre acionistas e credores.

Além disso, a unificação das ações pode aumentar a transparência e facilitar a avaliação da companhia por investidores institucionais, que frequentemente preferem estruturas mais simples e previsíveis.

Impactos diretos para quem possui AZUL4

O fim da AZUL4 traz implicações relevantes para os atuais detentores de ações preferenciais. Um dos pontos mais sensíveis da proposta é a ausência de direito de retirada para os acionistas que discordarem da conversão.

Embora o estatuto da companhia preveja, em determinadas situações, a possibilidade de reembolso, a Azul afirma que esse direito não se aplica neste caso específico. O argumento central está na forma de cálculo do reembolso, que considera o menor valor entre o valor econômico e o valor patrimonial contábil.

Como o patrimônio contábil da companhia é negativo — e a expectativa é que permaneça assim na data da conversão —, o valor de reembolso seria equivalente a zero real por ação preferencial. Na prática, isso significa que optar pela saída não geraria qualquer compensação financeira ao acionista da AZUL4.

Diante desse cenário, a conversão passa a ser, na visão de muitos investidores, a única alternativa viável para manter alguma participação econômica na companhia.

Consequências para os acionistas de AZUL3

Para os detentores de ações ordinárias, o fim da AZUL4 também traz efeitos relevantes, ainda que de natureza diferente. A principal consequência será a diluição do poder de voto, já que o número de ações ordinárias em circulação aumentará de forma expressiva com a conversão das preferenciais.

Embora todos passem a ter direito a voto, a entrada de um grande volume de novas ações ordinárias tende a reduzir a participação relativa dos atuais acionistas da AZUL3 nas deliberações societárias. Esse efeito é comum em processos de reestruturação que envolvem aumento de capital ou conversão de ações.

Por outro lado, a unificação das classes pode trazer ganhos de governança e previsibilidade no longo prazo, reduzindo conflitos entre diferentes grupos de acionistas.

O contexto financeiro da Azul

O debate sobre o fim da AZUL4 ocorre em um contexto de forte pressão financeira sobre a companhia. Assim como outras empresas do setor aéreo, a Azul enfrenta desafios relacionados ao custo do combustível, à volatilidade do câmbio e à necessidade constante de investimentos em frota e manutenção.

A recuperação judicial nos Estados Unidos reflete a busca por uma solução estruturada para equacionar dívidas e garantir a continuidade das operações. Nesse ambiente, decisões que afetam diretamente os acionistas passam a ser avaliadas sob a ótica da sobrevivência e da viabilidade econômica da empresa.

A proposta de conversão das ações é apresentada como parte de um pacote mais amplo de medidas, que inclui renegociação de passivos, revisão de contratos e fortalecimento da liquidez.

Reação do mercado e percepção dos investidores

A possibilidade do fim da AZUL4 gerou reações distintas no mercado. Alguns investidores veem a medida como inevitável dentro do contexto da recuperação judicial e como um passo necessário para preservar valor no longo prazo. Outros, especialmente os detentores de preferenciais, avaliam a conversão como desfavorável, diante da perda de direitos específicos e da inexistência de reembolso.

A relação de conversão, de 75 ações ordinárias para cada preferencial, também está no centro das discussões, já que define o grau de diluição e a equivalência econômica entre os papéis. A administração sustenta que o critério reflete a realidade histórica de negociação das ações, mas o tema segue sendo sensível.

Governança e simplificação societária

Sob a ótica de governança corporativa, o fim da AZUL4 pode representar um avanço. Estruturas com apenas uma classe de ações tendem a ser mais bem avaliadas por investidores institucionais, especialmente aqueles com foco em transparência e alinhamento de interesses.

A unificação do capital elimina diferenças de tratamento entre acionistas e pode facilitar decisões estratégicas no futuro, reduzindo disputas internas e incertezas sobre direitos políticos e econômicos.

Para a Azul, esse movimento também pode abrir caminho para novas operações de captação ou parcerias estratégicas, uma vez que a estrutura societária se torna mais simples e padronizada.

Um divisor de águas para a companhia

A votação marcada para janeiro de 2026 pode consolidar o fim da AZUL4 como um dos marcos mais importantes da história recente da companhia. Mais do que uma simples conversão de ações, a proposta simboliza uma mudança profunda na forma como a Azul se organiza financeiramente e se posiciona diante de seus investidores.

O desfecho da assembleia será acompanhado de perto pelo mercado, não apenas pelo impacto imediato sobre os papéis, mas também pelas sinalizações que a decisão trará sobre o futuro da empresa em um setor altamente competitivo e sensível a choques econômicos.

Independentemente do resultado, o episódio reforça como processos de recuperação judicial podem redefinir relações entre empresas e acionistas, exigindo escolhas difíceis em nome da continuidade do negócio.

Tags: Azul extingue ações preferenciaisAZUL3 diluiçãoAZUL4 conversão açõesfim da AZUL4recuperação judicial Azul

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