A tributação dos bilionários globais emergiu como um ponto crucial na agenda internacional, com especialistas e governos buscando formas de garantir que os mais ricos contribuam de maneira mais justa para os fiscos nacionais. Segundo Gabriel Zucman, renomado economista francês, uma taxa de 2% sobre a riqueza dos bilionários globais renderia aproximadamente US$ 250 bilhões por ano em tributos.
Em conversa com jornalistas após fazer sua apresentação para ministros de finanças do G20, Zucman destacou que esse debate está apenas começando, mas é “o próximo passo lógico” após avanços na tributação global, incluindo um acordo entre 135 países em 2021 para coibir a evasão tributária de grandes corporações multinacionais.
A proposta inicial dessa tributação inclui olhar para o estoque de riqueza dos indivíduos, ao contrário da renda, como é feito no sistema tradicional. Zucman explicou que a noção de renda não é algo bem estabelecido, por isso, “o mais fácil é ir atrás da riqueza, que está mais bem definida”.
O Brasil tem um papel importante nesse processo, com um relatório previsto para ser entregue “nos próximos meses”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou que quer fazer com que o compromisso em instituir uma taxação global dos mais ricos conste do comunicado da reunião do G20 até julho, quando ministros das Finanças se reúnem novamente.
A tributação dos bilionários globais não é apenas uma questão de justiça fiscal, mas também uma forma de mitigar a desigualdade crescente em muitos países. Com a pandemia de COVID-19 exacerbando as disparidades econômicas, a necessidade de medidas que garantam uma distribuição mais equitativa da riqueza nunca foi tão urgente.