Nesta segunda-feira (10), o porta-voz da Argentina, Manuel Adorni, anunciou que o país analisará individualmente os pedidos de refúgio de brasileiros investigados ou acusados pelos ataques a instituições ocorridos em 8 de janeiro. Adorni afirmou que a concessão do refúgio dependerá de critérios legais e de “factibilidade”, reforçando que cada caso será examinado cuidadosamente.
A declaração do porta-voz argentino vem em meio a um cenário de tensão diplomática entre os dois países devido aos recentes acontecimentos. Integrantes do governo brasileiro estimam que cerca de 100 brasileiros tenham solicitado refúgio na Argentina, o que tem preocupado as autoridades brasileiras em relação aos processos de extradição e investigações em curso.
Um dos principais obstáculos enfrentados pelas autoridades brasileiras é o fato de que, enquanto os processos de refúgio estiverem em andamento, os pedidos de extradição ficam suspensos, o que pode atrasar as investigações e a prisão dos envolvidos nos ataques aos Três Poderes no Brasil.
Processo de refúgio na Argentina
O Conare, comissão responsável por analisar os pedidos de refúgio na Argentina, será encarregado de avaliar cada caso individualmente, seguindo os trâmites legais estabelecidos. O porta-voz enfatizou a importância de verificar se os solicitantes atendem aos requisitos necessários para a concessão do refúgio, ressaltando que nenhuma decisão será antecipada.
“Se efetivamente houver na Argentina criminosos investigados pelo 8 de janeiro, o caminho legal correspondente será seguido”, afirmou Adorni, reiterando o compromisso do país com a aplicação da lei.
Trâmite de extradição
Enquanto isso, a Polícia Federal brasileira está compilando uma lista dos brasileiros investigados ou condenados pelos ataques aos Três Poderes que possuem mandados de prisão e estão na Argentina. Essa lista será enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que será responsável por solicitar a extradição à Argentina.
O processo de extradição envolve diversas etapas, desde a análise dos documentos pelo Ministério da Justiça até a decisão final do presidente argentino, Javier Milei. Esse processo complexo tem gerado preocupações entre as autoridades brasileiras, que temem possíveis atrasos e dificuldades na extradição dos envolvidos.
Diante da atual situação, as relações entre o Brasil e a Argentina estão sob escrutínio, com desafios diplomáticos e legais que precisam ser superados para garantir a aplicação da justiça e a segurança dos cidadãos em ambos os países.