Nesta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) concluiu sua investigação e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus auxiliares por suposta venda ilegal de joias recebidas em viagens oficiais. O caso, que inicialmente envolvia dois kits de joias recebidos em 2021, expandiu-se com a descoberta de um terceiro kit não declarado, datado de 2019.
Itens Recebidos e Implicações Legais
Entre os itens encontrados nos kits estão brincos de diamantes destinados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, anéis, pares de abotoaduras, uma caneta da marca Chopard, um rosário árabe e dois relógios. Além das joias, Bolsonaro foi obrigado a devolver ao Tribunal de Contas da União (TCU) um kit de armas da marca Caracol recebido durante uma visita à Arábia Saudita.
Tentativas de Venda e Intervenção Legal
A investigação da PF descobriu que ex-auxiliares do presidente, incluindo Mauro Cid e seu pai, general Mauro Lourena Cid, estiveram envolvidos na tentativa de venda de pelo menos dois relógios nos Estados Unidos em junho de 2022. Após o escândalo vir à tona, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, interveio comprando um dos relógios de volta para devolvê-lo às autoridades brasileiras. Esta ação levantou suspeitas adicionais sobre tentativas de “escamotear” a venda ilegal das joias.
Implicações Políticas e Resposta Oficial
O indiciamento de Bolsonaro e seus auxiliares levanta questões sobre ética e legalidade no uso de presentes recebidos por autoridades públicas. O advogado Frederick Wassef negou envolvimento direto na venda das joias, mas não comentou sobre a recompra dos itens. O caso agora segue para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde será analisado o prosseguimento das investigações.
O escândalo das joias não declaradas e sua suposta venda ilegal têm potencial para gerar repercussões significativas no cenário político brasileiro, especialmente em um contexto de debates sobre transparência e conduta ética no serviço público.