Dólar opera em leve baixa à espera de dados dos EUA e posse de Trump
O dólar à vista iniciou esta terça-feira com leve queda em relação ao real, mantendo a trajetória de baixa vista no pregão anterior. Às 9h47, a moeda norte-americana caía 0,33%, cotada a R$ 6,0781 na venda, enquanto os contratos futuros do dólar na B3 apresentavam recuo de 0,26%, cotados a R$ 6,104. O mercado está atento a dois fatores principais: os dados de inflação nos Estados Unidos, esperados para esta quarta-feira, e o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA em 20 de janeiro.
Movimento do dólar e cenário global
Na segunda-feira, o dólar encerrou o dia em leve baixa de 0,08%, cotado a R$ 6,0980, após uma semana de alta volatilidade. O cenário atual reflete o otimismo gerado por uma reportagem da Bloomberg, que sugeriu que a equipe econômica de Trump está considerando implementar tarifas de importação de forma gradual, aliviando parcialmente as preocupações sobre políticas protecionistas.
Apesar disso, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis moedas fortes, subia 0,17%, alcançando 109,610 pontos. Em mercados emergentes, o dólar apresentava queda frente ao rand sul-africano e estava estável em relação ao peso mexicano.
Os investidores estão cautelosos quanto ao Federal Reserve (Fed) e suas decisões de política monetária. Dados robustos de emprego nos EUA, divulgados na última semana, indicam que o banco central pode adotar uma postura mais conservadora em relação ao corte de juros. A leitura da inflação ao consumidor nos EUA será crucial para moldar as expectativas do mercado. Caso os dados superem as previsões, a aversão ao risco pode aumentar, pressionando o dólar globalmente.
Cenário doméstico e medidas fiscais
No Brasil, o início do ano tem apresentado poucos estímulos econômicos e políticos. Com o Congresso Nacional em recesso, a agenda política está limitada, enquanto dados econômicos relevantes ainda não foram divulgados.
O principal foco do mercado interno é a política fiscal do governo federal. Recentemente, declarações de membros do governo têm buscado acalmar os ânimos, garantindo o compromisso com o equilíbrio das contas públicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que novas medidas fiscais estão sendo estudadas para sanar as contas do governo.
Já o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, reforçou em entrevista que o governo seguirá comprometido com a responsabilidade fiscal, o que trouxe certo alívio aos mercados. Segundo Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos, essas declarações são essenciais para aliviar as preocupações do mercado financeiro.
Expectativas para o dólar e economia brasileira
Com os dados de inflação nos EUA e a posse de Trump no radar, o mercado cambial deve continuar volátil nos próximos dias. As decisões de política monetária do Fed e o cenário fiscal brasileiro serão fatores determinantes para o comportamento do dólar no curto prazo.
Internamente, o compromisso do governo com medidas fiscais será essencial para sustentar a confiança dos investidores. Caso sejam anunciadas políticas concretas para o controle do déficit público, a pressão sobre o câmbio poderá ser reduzida.
Por outro lado, fatores externos, como a política econômica de Trump e a resposta do mercado aos dados de inflação nos EUA, continuam a influenciar a dinâmica cambial no Brasil.