O Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou, nesta quinta-feira (25), dados positivos que indicam um crescimento robusto na economia do país nos últimos meses de 2023, encerrando o ano com uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%. Esse número supera os 2,1% registrados em 2022.
No último trimestre de 2023, em meio à campanha eleitoral e com o presidente Joe Biden buscando a reeleição, a maior economia do mundo apresentou um crescimento de 3,3%, de acordo com a projeção anual. Embora esse número represente uma moderação em comparação ao terceiro trimestre, que registrou uma expansão de 4,9%, os dados ainda superaram as expectativas do mercado, que estimava um crescimento em torno de 2%, conforme o consenso da consultoria Market Watch.
O desempenho positivo do PIB foi impulsionado por um mercado de trabalho robusto e pelos gastos dos consumidores. A continuidade do sólido consumo, principal motor do crescimento nos EUA, mesmo diante do impacto da inflação no poder de compra, contribuiu para esse cenário. Desde meados de 2023, os aumentos salariais têm superado os aumentos de preços, proporcionando estabilidade ao consumo.
O Departamento do Comércio ressaltou que a expansão do quarto trimestre foi sustentada por aumentos nos gastos do consumidor, nas exportações e nos gastos dos governos estaduais e locais.
Esse crescimento econômico resiliente surpreendeu alguns economistas que previam uma possível recessão em 2023, especialmente diante das altas taxas de juros implementadas para conter a inflação.
Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide, reconheceu que o crescimento econômico foi mais robusto do que o previsto em 2023.
O governo de Biden, aproveitando esse cenário de “pouso suave” da economia, está capitalizando os números positivos atribuídos à política econômica conhecida como “Bidenomics. O presidente destacou que salários, riqueza e emprego estão mais altos agora do que antes da pandemia, apontando para três anos consecutivos de crescimento.
Contudo, Biden enfrentará desafios políticos, especialmente em um possível duelo eleitoral com o ex-presidente Donald Trump. Os republicanos culpam Biden pela inflação, mas pesquisas indicam uma melhora na confiança das famílias, uma questão crucial para as eleições presidenciais de novembro.
Para conter a inflação, o Federal Reserve aumentou as taxas de juros 11 vezes entre março deste ano e julho de 2023. Atualmente, a inflação está em 3,4%, segundo a medição de dezembro. O Fed sinalizou sua intenção de reduzir as taxas de juros este ano para facilitar o acesso ao crédito para os americanos. Na próxima semana, na reunião de política monetária, espera-se que o Fed mantenha as taxas entre 5,25% e 5,50%, por enquanto.