Apesar dos esforços para eletrificar a frota de ônibus na cidade de São Paulo, os números atuais mostram um cenário desafiador. Enquanto a capital paulista deveria ter pelo menos 600 ônibus elétricos em operação, o total atual é de apenas 84 veículos. Em contrapartida, desde 17 de outubro de 2022, mais de 1.100 ônibus movidos a diesel entraram em circulação, segundo dados da SPTrans (São Paulo Transporte).
Essa disparidade reflete a dificuldade em implementar mudanças significativas no sistema de transporte público da cidade. Embora a proibição de compra de ônibus movidos a combustíveis fósseis tenha entrado em vigor em outubro de 2022, a chegada de novos ônibus a diesel superou em muito a introdução de ônibus elétricos.
As encomendas de ônibus a diesel foram feitas antes da proibição entrar em vigor, mas a maioria dos veículos adquiridos são modelos Euro 6, que atendem a normas mais rígidas de emissão de poluentes. Isso levanta questões sobre a eficácia das políticas de transição para veículos mais limpos.
Além disso, a infraestrutura necessária para suportar uma frota significativa de ônibus elétricos ainda está em desenvolvimento. Muitos desses veículos aguardam em fábricas devido à falta de redes de recarga e outras infraestruturas essenciais.
As empresas de ônibus também enfrentam desafios financeiros, uma vez que os ônibus elétricos são consideravelmente mais caros que seus equivalentes a diesel. Apesar dos subsídios anunciados pelo governo municipal, a transição para uma frota totalmente elétrica representa um investimento significativo.
No entanto, os planos para a eletrificação do sistema de transporte público continuam em andamento. A SPTrans reitera a meta de ter 2.600 ônibus elétricos em operação até o final de 2024. O desafio agora é garantir que os recursos e as políticas estejam alinhados para tornar essa transição uma realidade concreta.
Enquanto isso, a discussão sobre o futuro dos ônibus elétricos e sua integração na cidade de São Paulo continua, com o governo municipal buscando encontrar soluções para acelerar a transição para um sistema de transporte mais limpo e sustentável.