O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a importância da confirmação pelo governo da meta fiscal com déficit primário zero ao fim de 2024 para o planejamento da trajetória da política monetária. Em um evento do BTG Pactual, Campos Neto ressaltou que a definição da meta foi crucial para a orientação das políticas econômicas, levando a uma queda nas expectativas de inflação.
O governo estabeleceu que buscará um resultado de déficit zero neste ano, conforme previsto no arcabouço fiscal. Apesar de questionamentos e pressões internas para alterar essa meta, o Ministério da Fazenda optou por mantê-la em déficit zero, garantindo assim uma diretriz clara para a política fiscal.
Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada também nesta terça-feira, o colegiado destacou a relevância da meta fiscal para a condução da política monetária. Na semana passada, o Copom reduziu a taxa Selic de 11,75% para 11,25% ao ano e indicou possíveis novos cortes no futuro.
Campos Neto observou que o comportamento da inflação tem sido em linha com as expectativas do Banco Central, destacando a convergência da taxa em direção à meta estabelecida. Ele ressaltou a dificuldade de alcançar essa convergência sem a queda nos preços dos serviços, indicando que o recente aumento marginal no núcleo de serviços, especialmente em passagens aéreas e emplacamento de carros novos, está dentro das projeções da autoridade monetária.
Além disso, o presidente do BC enfatizou que o mercado de trabalho está aquecido, e a equipe identificou um repique de preços em áreas onde a mão de obra é mais intensiva.
Em suma, a confirmação da meta fiscal pelo governo brasileiro desempenha um papel fundamental na definição das políticas econômicas e monetárias, proporcionando um ambiente de maior previsibilidade e contribuindo para a estabilidade macroeconômica do país.