O Twitter processou a Wachtell, Lipton, Rosen & Katz, o escritório de advocacia que representou seus interesses em um caso de Delaware para forçar Elon Musk a concluir a aquisição da plataforma, acusando-a de violar seu dever fiduciário e buscando restituição por um pagamento de US$ 90 milhões.
O Twitter — antes de Musk comprar a companhia — acusou o escritório de advocacia de enriquecimento sem causa, violação do dever fiduciário e violação de outras leis e regras éticas da Califórnia, entre outras reivindicações, de acordo com o processo.
“Wachtell explorou um cliente corporativo deixado desprotegido por fiduciários que perderam a motivação para agir no melhor interesse do Twitter, enquanto aguardava sua venda iminente para Elon Musk”, disse o Twitter na queixa, apresentada nesta semana no Tribunal Superior da Califórnia, em São Francisco.
O Twitter também alega “um esforço da Wachtell para alterar fundamentalmente seu acordo de honorários como advogado de litígio nos momentos finais de sua representação do Twitter para obter um pagamento de bônus impróprio em violação de suas obrigações fiduciárias e éticas com seu cliente”.
O conselho do Twitter aprovou o pagamento à Wachtell pouco antes do fechamento da fusão, diz a denúncia. “Nesse momento, os membros do conselho do Twitter já haviam assinado suas cartas de demissão, que estavam aguardando o fechamento naquele dia”, disse a empresa na denúncia.
O processo também cita Vijaya Gadde, diretor jurídico do Twitter na época. “Imediatamente após a aprovação do carimbo do conselho do Twitter, Gadde assinou o acordo da carta de Wachtell”, diz a queixa.
O Twitter apresentou a queixa sob o nome corporativo X Corp., que a empresa adotou depois que Musk assumiu. A reclamação inclui anexos de e-mails e memorandos sobre a representação da Wachtell no Twitter.
Em um memorando de Wachtell que o Twitter incluiu como parte do processo, a empresa disse que seus honorários em outros litígios comparáveis variaram de aproximadamente US$ 33 milhões a US$ 134 milhões.
Musk primeiro concordou em comprar o Twitter em abril de 2022 por US$ 44 bilhões, depois ameaçou desistir do negócio, antes de reverter o curso vários meses depois e se comprometer a concluir a aquisição.
A decisão de Musk de prosseguir com o acordo evitou um julgamento de alto risco no Delaware Chancery Court. O Twitter inicialmente processou Musk em Delaware, buscando fazer cumprir os termos do acordo de fusão, e Musk posteriormente rebateu, acusando o Twitter de deturpar seus negócios.
— Foto: Jeff Chiu/AP