Os juros futuros operam em alta no início dos negócios desta terça-feira, diante dos dados de inflação divulgados nesta manhã pelo IBGE. Apesar da deflação registrada no número cheio do IPCA, a abertura do indicador mostrou que os componentes da inflação de serviços e de serviços subjacentes voltaram a acelerar, o que volta a colocar dúvidas sobre a magnitude do ajuste nos juros no início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central.
Perto das 9h35, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subia de 12,81% para 12,85%; a do DI para janeiro de 2025 avançava de 10,745% para 10,845%; a do DI para janeiro de 2026 escalava de 10,115% para 10,245%; a do DI para janeiro de 2027 saltava de 10,155% para 10,275%.
O IPCA anotou deflação de 0,08% em junho e ficou pouco acima da mediana das projeções de 35 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de queda de 0,10%. A medida da inflação de serviços avançou 0,62% na comparação mensal, enquanto os serviços subjacentes tiveram alta de 0,67%. O dado também superou as expectativas do mercado. A XP Investimentos, por exemplo, esperava uma leitura de 0,47% e 0,43%, respectivamente.
Além disso, a média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada da inflação de serviços subjacentes voltou a acelerar, ao passar de 6,08% no trimestre encerrado em maio para 6,75% na leitura atual. Esse item costuma ser acompanhado de perto pelo Banco Central e a aceleração pode sugerir um comportamento mais cauteloso da autoridade monetária no início do ciclo de cortes de juros.
Diante do aumento das apostas nos últimos dias de que o Banco Central poderia iniciar seu ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 0,50 ponto percentual, o dado de hoje pode retirar parcialmente a probabilidade de um afrouxamento maior da Selic em agosto. No mercado de opções digitais de Copom, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual era de 49%; a de um corte de 0,50 ponto era de 40% e de manutenção dos juros era de 8%.