TÓQUIO (Reuters) – As exportações do Japão registraram uma queda em julho, marcando o primeiro declínio em quase dois anos e meio, à medida que a demanda por produtos como óleo leve e equipamentos para fabricação de chips enfraqueceu. Essa situação destaca as crescentes preocupações sobre uma possível recessão global, conforme a demanda em mercados-chave, como a China, continua perdendo força.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério das Finanças nesta quinta-feira, as exportações japonesas diminuíram 0,3% em julho em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso contrasta com as expectativas dos economistas, que previam uma queda de 0,8%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Reuters. No mês anterior, as exportações haviam registrado um aumento de 1,5%.
Embora dados separados do Escritório do Gabinete tenham indicado um aumento importante nas despesas de capital em junho, os fabricantes estão agora se preparando para um possível declínio nas encomendas durante o atual trimestre. Essa perspectiva é em parte resultado da fraca demanda externa.
Os números ressaltam a vulnerabilidade do motor de exportação do Japão, o qual havia contribuído para sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país no segundo trimestre, superando as expectativas. O setor de exportações, incluindo o turismo e as vendas de automóveis, havia sido um dos principais impulsionadores desse crescimento.
Autoridades japonesas têm contado com as exportações para impulsionar a terceira maior economia do mundo e para compensar a falta de consumo privado, que foi impactado pelo aumento nos preços. No entanto, com o cenário de uma desaceleração global mais acentuada e o crescimento contido na China, principal parceiro comercial do Japão, há crescentes preocupações sobre o futuro.
O Banco Mundial, por sua vez, alertou sobre os potenciais efeitos negativos do aumento das taxas de juros e da restrição do crédito sobre o crescimento global, projetando impactos significativos para o ano de 2024.
Em relação aos destinos das exportações japonesas, as remessas para a China, o maior parceiro comercial do país, experimentaram uma queda de 13,4% em julho em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse declínio foi impulsionado por quedas nos embarques de automóveis, aço inoxidável e microchips, após um recuo de 10,9% registrado em junho. Por outro lado, as remessas para os Estados Unidos aumentaram 13,5% em relação ao ano passado, atingindo o maior valor já registrado. Esse crescimento foi liderado por veículos elétricos e autopeças, após um aumento de 11,7% no mês anterior.