O Brasil testemunhou um influxo significativo de investimento estrangeiro direto (IED) no mês de março deste ano, com números que não eram vistos desde 2012, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O país registrou ingressos líquidos de US$ 9,6 bilhões, um aumento notável em relação aos US$ 7,3 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Esse resultado marca não apenas o melhor desempenho para o mês de março desde 2012, mas também representa um marco desde agosto de 2022, quando o país observou um investimento direto de R$ 9,7 bilhões. Os dados, parte de uma série histórica iniciada em 1995 pelo BC, refletem um impulso notável na confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira.
De acordo com o relatório “Estatísticas do Setor Externo” do BC, o aumento dos investimentos em março foi impulsionado por ingressos líquidos de US$ 4,1 bilhões em participação no capital e US$ 5,5 bilhões em operações intercompanhia.
O acumulado em doze meses até março de 2024 também demonstra uma tendência positiva, totalizando US$ 66,5 bilhões em IED, representando 2,98% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso representa um avanço em relação ao ano anterior, quando os ingressos líquidos somaram US$ 64,3 bilhões, representando 2,90% do PIB.
Enquanto isso, os investimentos na bolsa de valores brasileira permaneceram relativamente estáveis, com ligeira superação das despesas em março de 2024, resultando em saídas líquidas de US$ 72 milhões. No entanto, os investimentos em carteira no mercado doméstico ao longo dos últimos doze meses somaram ingressos líquidos de US$ 6,3 bilhões.
Além disso, as reservas internacionais do país registraram um aumento em março de 2024, atingindo US$ 355 bilhões, um acréscimo de US$ 2,3 bilhões em relação ao mês anterior. Esse aumento foi impulsionado principalmente por variações positivas nos preços e paridades, somando US$ 973 milhões e US$ 450 milhões, respectivamente, além de receitas de juros que totalizaram US$ 654 milhões.
Entretanto, o cenário não é completamente positivo, já que as transações em conta corrente apresentaram um déficit de US$ 4,6 bilhões em março de 2024. Esse resultado contrasta com o superávit de US$ 698 milhões registrado no mesmo período do ano anterior e representa o pior resultado para o mês desde 2021.
No acumulado em doze meses até março de 2024, o déficit nas transações correntes atingiu US$ 32,6 bilhões, equivalente a 1,46% do PIB, indicando um aumento em relação ao ano anterior.
Esses dados refletem tanto os desafios quanto as oportunidades que o Brasil enfrenta em seu cenário econômico, destacando a importância de medidas políticas e econômicas que possam sustentar e impulsionar ainda mais o crescimento e o investimento no país.
Detalhes:
- Investimentos Diretos no País (IDP): O IDP é uma categoria de investimento estrangeiro que envolve aquisições de participações em empresas brasileiras, investimentos em novos empreendimentos e outras formas de investimento direto.
- Comparação com Março de 2023: Em comparação com março de 2023, quando os investimentos totalizaram US$ 7,3 bilhões, o resultado atual representa um avanço significativo.
- Melhor Resultado desde 2012: O valor registrado em março de 2024 é o melhor para o mês desde 2012.
- Série Histórica: A série histórica do BC, iniciada em 1995, mostra que esse é o maior resultado desde agosto de 2022, quando o IDP era de R$ 9,7 bilhões.
- Composição dos Ingressos: Os ingressos líquidos foram derivados de US$ 4,1 bilhões em participação no capital e US$ 5,5 bilhões em operações intercompanhia.
- Acumulado em Doze Meses: O IDP acumulado em doze meses totalizou US$ 66,5 bilhões (equivalente a 2,98% do PIB) em março de 2024, em comparação com US$ 64,3 bilhões (equivalente a 2,90% do PIB) no mês anterior e US$ 75,3 bilhões (equivalente a 3,76% do PIB) em relação a março de 2023.