Um recente estudo realizado pelo Instituto Reuters revelou que o desinteresse pelo noticiário vem crescendo em todo o mundo, com destaque para o Brasil. De acordo com o Relatório de Mídia Digital, cerca de quatro em cada 10 pessoas evitam o noticiário às vezes ou sempre, representando um aumento de 3% em comparação ao ano anterior.
No Brasil, o cenário é ainda mais expressivo, com quase metade da população (47%) evitando ler ou assistir ao noticiário, o que representa um aumento de seis pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando esse número era de 41%.
Essa tendência de desinteresse também foi observada em outros países. Na Alemanha, Espanha e Finlândia, houve um aumento significativo no desinteresse pelo noticiário. Por outro lado, países como Argentina e Reino Unido apresentaram uma redução nesse índice.
O relatório aponta que conflitos internacionais, como os da Ucrânia e do Oriente Médio, podem ter contribuído para esse desinteresse. No entanto, a confiança nas notícias permaneceu estável em 40%, mas caiu quatro pontos em comparação com o auge da pandemia de COVID-19.
Em relação ao pagamento por notícias, apenas 17% das pessoas estão dispostas a fazê-lo. Países como Noruega e Suécia apresentam os maiores percentuais de pagantes (40% e 31%, respectivamente), enquanto Japão e Reino Unido têm os mais baixos (9% e 8%, respectivamente).
O estudo destaca também que a perspectiva de atrair novos assinantes permanece limitada devido ao baixo interesse e à abundância de fontes gratuitas. Mais da metade dos não assinantes (55%) afirmam que não pagariam nada por notícias online.
Por fim, o Instituto Reuters ressalta que os editores talvez estejam se concentrando muito na atualização das notícias mais importantes e não o suficiente em histórias mais aprofundadas ou otimistas, o que pode contribuir para a lacuna nas notícias locais, na saúde e na educação.