As bolsas de Nova York iniciaram a semana em um cenário de oscilações cautelosas, com investidores atentos à aguardada decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) prevista para quarta-feira. No começo do pregão desta segunda-feira, o primeiro da semana, os principais índices demonstraram recuos e altas modestas, refletindo a incerteza em torno das futuras diretrizes da autoridade monetária.
Por volta das 11h05 (horário de Brasília), o índice Dow Jones registrava uma queda de 0,13%, atingindo os 34.572,20 pontos, enquanto o S&P 500 apresentava uma ligeira baixa de 0,03%, situando-se em 4.448,82 pontos. Por outro lado, o Nasdaq exibia uma pequena alta de 0,03%, alcançando os 13.711,99 pontos.
Com uma agenda esvaziada no primeiro dia da semana, o foco do mercado já se voltou para a tão aguardada decisão do Fed que se aproxima. Embora a expectativa geral seja de que o banco central dos Estados Unidos não elevará as taxas de juros nesta reunião, a possibilidade de futuros aumentos permanece em aberto, em consonância com a postura “dependente de dados” do Fed.
De acordo com análises do Goldman Sachs, essa perspectiva pode se manifestar na forma de uma pequena maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) projetando mais uma elevação nas taxas de juros até o final do ano. O banco estima um placar de 10 dirigentes a favor de um aumento adicional de 0,25 ponto percentual (pp), em comparação com nove membros que preferem manter as taxas no patamar atual, que varia entre 5,25% e 5,5%.
As projeções dos investidores também refletem essa incerteza, com a maioria (59,7%) precificando a manutenção das taxas inalteradas até o final de dezembro, de acordo com o cálculo do CME Group. Enquanto isso, 35,4% dos investidores esperam um aumento de 0,25 pp, e uma pequena parcela de 4,8% projeta um aumento de 0,50 pp nas taxas.
Além da decisão do Fed, Wall Street também está atenta ao aumento dos preços do petróleo, que atingiram máximas não vistas desde novembro de 2022. O encarecimento da commodity energética levanta preocupações quanto à inflação e à possibilidade de pressionar o Fed a adotar medidas mais rigorosas no futuro. Além disso, o aumento dos preços de energia impacta negativamente o consumo nos EUA e globalmente, uma vez que reduz a renda disponível para as famílias.
Paul Donovan, economista-chefe do UBS, observa que o contexto atual é distinto do período em que o preço do petróleo atingiu US$ 100 após a invasão russa à Ucrânia no primeiro trimestre de 2022. Naquela época, os consumidores nos EUA e na Europa puderam absorver os custos mais elevados sem reduzir o consumo, graças às economias acumuladas durante a pandemia. No entanto, com essas economias exauridas, é mais provável que os preços atuais mais altos do petróleo tenham um efeito deflacionário sobre o crescimento econômico.
À medida que os investidores aguardam a decisão do Fed e monitoram os desenvolvimentos no mercado de energia, a volatilidade pode persistir nas bolsas de Nova York nos próximos dias, mantendo os participantes do mercado em estado de alerta.