Carrefour Brasil (CRFB3) Anuncia Venda de Lojas Nacional e Bom Preço em Estratégia de Simplificação
O Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) comunicou nesta terça-feira, 3 de dezembro, sua decisão de desinvestir 64 lojas de supermercados das bandeiras Nacional e Bom Preço. A iniciativa é parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação para simplificar operações e priorizar grandes formatos de lojas, considerados o núcleo do negócio do grupo.
Dentre essas 64 unidades, 47 pertencem à bandeira Nacional, com presença predominante na região Sul do Brasil, e 17 são da bandeira Bom Preço, localizadas no Nordeste. Este movimento reflete um esforço para aumentar a eficiência, diante de lojas que, nos últimos 12 meses, apresentaram uma contribuição negativa ao Ebitda e geraram custos significativos de aluguel e manutenção.
Resultados Operacionais das Lojas Nacional e Bom Preço
As unidades da Nacional e Bom Preço contribuíram com R$ 1,5 bilhão em vendas brutas nos últimos 12 meses, o que representa 1,3% das vendas brutas totais do Carrefour Brasil e 6% das vendas do segmento de varejo. No entanto, o Ebitda pós-IFRS dessas lojas apresentou um déficit de R$ 42 milhões no período.
Entre as 64 lojas incluídas no desinvestimento, 11 são de propriedade do Carrefour, enquanto 53 estão em imóveis alugados, gerando despesas totais de R$ 65 milhões com aluguel nos últimos 12 meses. A expectativa da empresa é arrecadar aproximadamente R$ 400 milhões com a venda desses ativos.
Até o momento, compromissos firmes de venda já foram assinados para 15 unidades: 7 lojas Bom Preço e 8 lojas Nacional. O valor dessas transações já representa uma parte significativa da receita esperada pelo desinvestimento completo.
Plano Estratégico: Foco em Operações Rentáveis
O plano de desinvestimento está alinhado à estratégia do Carrefour Brasil de maximizar o retorno sobre os ativos. Ao final do processo, previsto para o primeiro semestre de 2025, o grupo manterá 21 lojas de supermercado rentáveis, localizadas em regiões estratégicas e operadas sob a bandeira Carrefour Bairro.
As despesas relacionadas ao desinvestimento incluem custos de markdowns, indenizações e taxas de rescisão, além de despesas com impairment de ativos e marcas. Tais custos serão registrados nos resultados do quarto trimestre de 2024, mas o Carrefour Brasil espera que sejam compensados pela entrada de caixa gerada ao longo de 2025.
Impacto no Segmento Varejo e Perspectivas de Mercado
A alienação dessas lojas não apenas reflete a busca por eficiência operacional, mas também aponta para um ajuste estratégico no segmento de varejo do Carrefour. Ao priorizar formatos maiores e mais rentáveis, a empresa segue uma tendência de mercado que busca otimizar os recursos e reduzir os custos fixos em tempos de alta competitividade no setor.
De acordo com o comunicado oficial, a transação está sujeita a aprovações regulatórias e outras condições precedentes. A decisão do grupo pode também sinalizar uma estratégia mais ampla para enfrentar desafios em um mercado dinâmico e em constante transformação.
Desafios e Oportunidades no Setor de Varejo
A movimentação do Carrefour Brasil ocorre em um cenário onde grandes redes buscam alternativas para aumentar a rentabilidade e otimizar operações. A alienação de lojas deficitárias e a concentração de esforços em unidades estrategicamente localizadas demonstram o compromisso do grupo com a sustentabilidade financeira e operacional de suas operações no Brasil.
A manutenção das lojas Carrefour Bairro, reconhecidas pela eficiência e lucratividade, reforça o foco da empresa em atender às necessidades do consumidor com formatos ajustados às características regionais.
Estratégia de Crescimento Sustentável
A venda das lojas Nacional e Bom Preço é um passo significativo no plano estratégico do Grupo Carrefour Brasil. Essa decisão, embora represente um movimento de retração em quantidade de unidades, busca consolidar a empresa como líder no setor ao focar em modelos mais eficientes e rentáveis.
Com o desinvestimento previsto para ser concluído no primeiro semestre de 2025, a empresa deve alcançar uma base operacional mais sólida, capaz de enfrentar desafios do mercado varejista e explorar novas oportunidades de crescimento no futuro.