O Itaú BBA manteve sua recomendação de “compra” para o Nubank e elevou o preço-alvo de US$ 8,50 pata US$ 9,50. Segundo os analistas, os maiores receios em relação à capacidade de execução da estratégia do banco parecem ter dimiuído, após passado o pior momento do ciclo de crédito, e o Nubank caminha para sair de prejuízo em 2022 para lucro de US$ 800 milhões este ano e US$ 1,9 bilhão em 2023.
“Esperamos que o Nubank encerre 2023 com uma carteira de crédito total de R$ 84 bilhões, sendo R$ 36 bilhões o volume que rende juros. Isso é um crescimento de cinco vezes para a carteira total e um salto impressionante de 15 vezes para a parcela com juros desde 2020. Esses volumes, combinados com spreads altos, levaram a um crescimento maciço na receita financeira. Provavelmente isso continuará”, diz o relatório.
Eles apontam que esta monetização em “velocidade máxima” foi conseguida independentemente de um dos piores ciclos de inadimplência no varejo na história recente da indústria bancária e dizem que isso provavelmente tem muito a ver com a conexão com o cliente e com inovação.
O Itaú BBA lembra que o Nubank já tem uma participação de mercado de 11% em cartões de crédito e 5% em empréstimos pessoais, porcentuais que seguem crescendo. Em consignado, o banco acabou de lançar, mas as taxas atrativas (média de 1,6% ao mês, ante uma faixa de 1,7% a 1,9% dos bancos tradicionais) e a boa experiência totalmente digital dos clientes deve fazer o produto crescer rapidamente.
Executivos do Nubank durante cerimônia de IPO — Foto: Divulgação/Divulgação
O relatório aponta que a inadimplência provavelmente está atingindo um pico e que o custo de risco deve cair de maneira mais clara em 2024. “O atual nível de inflação de aproximadamente 4% já sugere 6%-7% de inadimplência em cartão de crédito nos próximos doze meses, ante os atuais 9%. Isso significaria resultados massivos para o Nubank via menores provisões e maior margem financeira”.
Por volta das 13h, as ações do Nubank caíam 1,43%, a US$ 7,60. Nos últimos 12 meses, o papel sobe 90%. Ainda assim, desde o preço de IPO, de US$ 9,00 em dezembro de 2021, o papel recua 15,5%.