A Amazônia, uma vastidão única que guarda o futuro do Brasil, está diante de desafios cruciais que exigem uma abordagem governamental especial. A luta contra práticas predatórias e um modelo de governança ultrapassado são passos fundamentais para transformar a Amazônia em um vetor de desenvolvimento sustentável. No entanto, o desafio central é a criação de uma governança específica, reconhecendo a singularidade da região e lidando com suas complexidades monumentais.
Os Três Grupos que Obstaculizam o Desenvolvimento Sustentável
O primeiro grupo a ser enfrentado é composto por atores econômicos que lideram atividades predatórias e ilegais. Essa mentalidade exploratória tem raízes históricas desde a colonização. Muitas lideranças políticas regionais ainda perpetuam esse pensamento. O segundo desafio é o reacionarismo das elites que exploram a região, alimentado pela pobreza e falta de oportunidades da população. Uma parcela significativa se envolve em práticas predatórias devido à ausência de alternativas.
Um terceiro grupo é representado por defensores de um modelo de Estado forte, especialmente as Forças Armadas. Embora desempenhem papéis positivos, sua visão não pode salvar a Amazônia, ignorando atores sociais cruciais para a transformação. Além disso, parte dos militares ainda está ligada ao modelo ultrapassado do Brasil Grande, e alguns fecharam os olhos para atividades predatórias nos últimos anos.
Governança Multinível para a Amazônia
A governança para a Amazônia deve ser multinível, envolvendo atores sociais, entes federativos, comunidade internacional, agentes econômicos e especialistas. A colaboração entre União, estados e municípios é essencial. No entanto, replicar modelos de outras regiões falha, devido às peculiaridades geográficas e sociais amazônicas.
Desafios da Governança Amazônica
- Condições Geográficas e Sociais Peculiares: A geografia única da Amazônia demanda políticas públicas específicas, considerando transporte fluvial, alimentação escolar, ensino remoto e outras singularidades.
- Presença da União e Reconstrução Governamental: A reconstrução das agências governamentais destruídas pelo governo atual é crucial. No entanto, a visão centralizadora não resolve os problemas da Amazônia.
- Governança Colaborativa entre União e Estados: Parcerias mais fortes com os estados são necessárias, reconhecendo sua proximidade com o poder local e coordenando efetivamente o desenvolvimento sustentável.
- Expansão do Poder de Atores Não Estatais: O combate a atividades criminosas como garimpo ilegal requer ação conjunta da União e governos estaduais fortalecidos.
- Inovações Econômicas Sustentáveis: É necessário promover inovações econômicas sustentáveis em larga escala, envolvendo apoio internacional para replicar e expandir experiências bem-sucedidas.
Governança Especial para a Amazônia: Prioridade Nacional
Enfrentar esses desafios complexos exige uma governança especial para a Amazônia. A relevância estratégica da região exige uma abordagem interdependente, colaborativa e adaptada às suas peculiaridades. Esta deveria ser a principal prioridade das elites políticas, econômicas e sociais do país, garantindo um futuro sustentável para a Amazônia e para o Brasil como um todo.