Compra de ações da JBS: Citi reforça recomendação com foco em transparência contábil e inclusão em índices globais
Análise estratégica projeta valorização da JBS com alinhamento ao USGAAP e entrada no S&P 500 até 2027
O Citi reiterou nesta semana sua recomendação de compra de ações da JBS, destacando a evolução da empresa no campo da transparência contábil e seu posicionamento para integração futura a índices globais como o Russell Index e o S&P 500. O banco norte-americano entende que a tese construtiva de longo prazo permanece sólida, com fundamentos que apontam para uma valorização significativa dos papéis da companhia.
Transparência contábil e padrão USGAAP: base para novos avanços
A principal justificativa para a compra de ações da JBS está relacionada à iniciativa da empresa em alinhar seus relatórios contábeis ao padrão norte-americano USGAAP (Generally Accepted Accounting Principles). A partir do segundo trimestre deste ano, a JBS divulgará informações gerenciais suplementares compatíveis com os critérios exigidos por investidores institucionais dos Estados Unidos.
Esse movimento busca facilitar a comparação direta com concorrentes internacionais, como a Tyson Foods, o que deve aumentar o apelo da empresa no mercado externo e acelerar o reconhecimento de valor por parte dos investidores.
Entrada em índices internacionais e potencial de valorizacão
Outro ponto relevante é a expectativa da inclusão da JBS em importantes índices globais de ações. O Citi aponta a possibilidade da empresa entrar para o Russell Index em 2026 e, posteriormente, no S&P 500 a partir de 2027. A inclusão nesses índices representa um divisor de águas, pois aumenta a visibilidade institucional da empresa e atrai grandes fundos passivos internacionais que replicam esses benchmarks.
A perspectiva de incorporação a esses índices tende a provocar uma demanda adicional pelas ações da JBS, o que, por si só, já contribui para a valorização dos ativos.
Política de dividendos e crescimento orgânico
Durante evento recente com investidores, a JBS reafirmou sua intenção de manter uma política de dividendos robusta, com pagamentos anuais médios em torno de US$ 1 bilhão, condicionados à geração de caixa, saúde financeira e ao ciclo do setor.
A empresa também projeta crescimento real da receita entre 4% e 7% ao ano, com foco no segmento de alimentos processados. Essa expansão será viabilizada tanto de forma orgânica quanto por meio de aquisições estratégicas, ampliando o portfólio de marcas e consolidando sua presença global.
Percepção dos investidores: EUA otimistas, Brasil mais cauteloso
A recepção dos investidores à estratégia da JBS tem se mostrado dividida. Enquanto os players norte-americanos demonstram confiança na redução do desconto de valuation da empresa frente às concorrentes, impulsionados pela adoção do USGAAP e pela maior transparência, os investidores brasileiros mantêm uma postura mais conservadora.
A cautela no mercado nacional se justifica pela realização de lucros recentes e pelas incertezas macroeconômicas de curto prazo. Ainda assim, a expectativa é de que o reconhecimento internacional da JBS acabe por reverter esse ceticismo.
A estratégia do Citi e os fundamentos da JBS
Os analistas do Citi, Renata Cabral e Tiago Harduim, reforçam que a estratégia de longo prazo da companhia segue firme. O banco continua a considerar a compra de ações da JBS uma oportunidade de investimento com alto potencial de retorno, principalmente à medida que os padrões contábeis e a governança se equiparam aos praticados por empresas dos Estados Unidos.
Essa equidade contábil e a comunicação mais direta com o mercado norte-americano são vistas como fatores fundamentais para desbloquear valor, melhorar o múltiplo de mercado e, eventualmente, consolidar a presença da JBS entre as blue chips globais.






