Vale Tudo explode em audiência, mas frustra fãs com morte de Odete Roitman
A morte de Odete Roitman movimentou o país e levou a novela Vale Tudo ao topo da audiência da TV Globo, reacendendo a paixão dos brasileiros pelos grandes clássicos da teledramaturgia. O capítulo exibido nesta segunda-feira (6) registrou números impressionantes no Ibope, consolidando-se como um dos momentos mais assistidos da TV brasileira em 2025.
Entretanto, o desfecho do assassinato da vilã acabou gerando frustração e polêmica nas redes sociais, com críticas ao roteiro e à falta de emoção na cena final.
Audiência histórica de Vale Tudo supera expectativas da Globo
A expectativa em torno da morte de Odete Roitman foi tamanha que, minutos antes do início do capítulo, o Jornal Nacional já registrava mais de 30 pontos de audiência na Grande São Paulo — um índice expressivo para o horário e para os padrões atuais da TV aberta.
Quando a novela entrou no ar, a audiência disparou para mais de 36 pontos no Rio de Janeiro, mostrando que o público estava totalmente engajado em reviver um dos momentos mais icônicos da teledramaturgia nacional.
Especialistas em mídia apontam que o fenômeno da audiência reforça o poder da nostalgia e da releitura de grandes sucessos da TV. Assim como Pantanal e Renascer, Vale Tudo mostrou que o público brasileiro ainda se envolve emocionalmente com tramas clássicas, especialmente quando revisitadas com elenco e produção contemporâneos.
A cena da morte de Odete Roitman divide opiniões
Apesar da repercussão positiva em termos de audiência, o capítulo que marcou a morte de Odete Roitman gerou um misto de fascínio e frustração.
Na versão original, exibida em 1988, a morte da vilã interpretada por Beatriz Segall entrou para a história da TV como um dos maiores mistérios da dramaturgia brasileira. Na nova versão, a cena buscou reproduzir o impacto do original, mas o resultado acabou sendo considerado previsível e sem emoção por grande parte do público.
Durante o capítulo, o público acompanhou uma sequência de cenas no Copacabana Palace, onde todos os principais suspeitos do crime se reuniam. A tensão, esperada para o momento decisivo, foi substituída por diálogos longos e pouca ação. Quando finalmente o disparo foi ouvido, a edição mostrou apenas um breve enquadramento da vilã sendo atingida, sem revelar imediatamente o autor do crime.
A escolha artística dividiu os espectadores: enquanto alguns elogiaram a fidelidade à versão clássica, outros sentiram falta da carga dramática e da densidade emocional que marcaram a original.
Odete Roitman: a vilã que o público ama odiar
A morte de Odete Roitman representa mais do que o ponto alto da novela — é um marco cultural brasileiro. A personagem é sinônimo de poder, arrogância e sarcasmo, características que a tornaram uma das maiores vilãs da TV nacional.
Na nova versão, interpretada por Débora Bloch, Odete manteve a postura autoritária e o olhar gélido da personagem imortalizada por Beatriz Segall. A atriz conseguiu transmitir uma mistura de elegância e crueldade que agradou a crítica e conquistou uma nova geração de fãs.
Odete representa o retrato do poder nas elites brasileiras, com falas cortantes e atitudes implacáveis. Sua morte simboliza a queda do império que ela construiu com manipulação e desprezo pelos outros — uma metáfora que continua atual, mesmo décadas depois.
Reações do público: entre nostalgia e decepção
Nas redes sociais, a morte de Odete Roitman rapidamente se tornou o assunto mais comentado do país. Hashtags com o nome da personagem dominaram o X (antigo Twitter) e o Instagram, onde milhares de internautas compartilharam suas impressões sobre o desfecho.
A maioria das reações destacava a decepção com o ritmo do episódio. Muitos espectadores esperavam uma sequência mais cinematográfica, com trilha sonora intensa e uma revelação impactante do assassino.
Outros, no entanto, defenderam a produção, afirmando que o episódio foi fiel à proposta de homenagear a versão clássica e preservar o mistério. Para esse público, o capítulo reforçou a essência da história: a crítica social e moral da alta sociedade brasileira.
Cena da morte de Odete Roitman em ‘Vale Tudo’ (TV Globo/Reprodução)Globo comemora sucesso de Vale Tudo e reforça aposta em remakes
Mesmo com a divisão de opiniões sobre o desfecho, o sucesso de audiência da novela Vale Tudo é incontestável. O remake consolidou-se como um dos maiores acertos da TV Globo em 2025, garantindo altos índices de repercussão e engajamento digital.
O desempenho da trama fortalece a estratégia da emissora de investir em remakes de novelas icônicas, capazes de unir nostalgia e inovação. O público, por sua vez, demonstra que ainda valoriza histórias bem contadas, com personagens marcantes e dilemas morais que refletem a realidade brasileira.
Executivos da emissora já avaliam novas produções inspiradas em sucessos do passado, como “Mulheres de Areia”, “O Rei do Gado” e “Tieta”. A ideia é manter viva a tradição das novelas brasileiras, adaptando-as para os novos tempos sem perder a essência que conquistou o público por décadas.
O legado de Vale Tudo e a força das novelas no imaginário popular
A exibição da morte de Odete Roitman reafirma o papel da teledramaturgia como parte fundamental da cultura brasileira. Mesmo em meio à era do streaming, as novelas continuam atraindo milhões de espectadores, consolidando-se como o produto audiovisual mais influente do país.
O sucesso de Vale Tudo não se deve apenas à nostalgia, mas à atualidade de seus temas. Corrupção, ambição, poder e desigualdade continuam sendo assuntos centrais na sociedade brasileira — e é exatamente isso que mantém a trama relevante.
A novela, que se passa no universo da elite carioca, retrata com ironia as contradições de um país onde, muitas vezes, “vale tudo” para vencer.
Odete Roitman e o mistério eterno que fascina gerações
A identidade do assassino de Odete Roitman ainda é um dos maiores enigmas da ficção televisiva nacional. Mesmo quem já conhece o desfecho original voltou a discutir o caso nas redes, revisitando teorias e analisando cada detalhe da nova versão.
Essa capacidade de gerar conversa e engajamento é o que mantém o nome de Odete Roitman vivo no imaginário popular. A vilã, com seu humor ácido e frases memoráveis, tornou-se um símbolo de poder e inteligência, eternamente associada à pergunta que marcou uma era: “Quem matou Odete Roitman?”
O fenômeno das reprises e remakes na era do streaming
Com a explosão das plataformas digitais, a Globo e outras emissoras encontraram nos remakes de novelas clássicas uma forma de dialogar com diferentes gerações. Enquanto o público mais velho revê histórias que marcaram sua juventude, os mais jovens têm a oportunidade de descobrir personagens que moldaram a cultura nacional.
O sucesso de Vale Tudo prova que as novelas ainda possuem um papel insubstituível: o de unir o país em torno de uma história comum. Em um tempo de fragmentação digital, a televisão aberta segue sendo um espaço de encontro coletivo — e a morte de Odete Roitman mostrou isso com clareza.
A morte de Odete Roitman revive o melhor da TV brasileira
A morte de Odete Roitman é mais do que uma cena de novela — é um evento cultural. Mesmo com críticas ao desfecho, o impacto na audiência e na memória afetiva dos brasileiros confirma o poder das grandes tramas televisivas.
O remake de Vale Tudo conseguiu atualizar um clássico sem perder sua essência: a discussão sobre moral, poder e corrupção, temas que permanecem tão atuais quanto em 1988.
E, no fim das contas, mesmo quem reclamou do capítulo assistiu até o último segundo. Porque, no Brasil, quando o assunto é Odete Roitman, ninguém muda de canal.






