O comércio na movimentada Rua 25 de Março, em São Paulo, reflete a busca frenética por produtos natalinos, mesmo em um cenário nacional de intenção de compra para o Natal que mostra uma redução significativa em comparação ao ano anterior. Segundo pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), apenas 42,8% dos entrevistados planejam fazer compras para a data festiva, enquanto 35,9% não têm intenção de presentear e 21,3% ainda estão indecisos.
Entre os consumidores que pretendem comprar presentes, 33,6% planejam gastar mais do que em 2022, enquanto 41,8% estão dispostos a desembolsar um valor menor. A pesquisa destaca que a desaceleração da atividade econômica e o alto grau de endividamento das famílias, aliados aos juros ainda elevados, contribuem para a redução da renda disponível para o consumo, focando cada vez mais em itens essenciais.
A maioria dos entrevistados (60,5%) planeja gastar entre R$ 150 e R$ 450, indicando um foco nas faixas de preço mais acessíveis. Roupas, calçados e acessórios lideram a lista de compras, representando 45,4% das intenções de compra. Itens tradicionais de Natal, como bonecas, brinquedos, decoração e alimentos para a ceia, também têm destaque, somando 78,4% das intenções de compra.
A pesquisa mostra que as grandes redes do varejo (41,1%) serão as preferidas para as compras, e a modalidade presencial (57,1%) continua sendo a escolha da maioria. Em relação à forma de pagamento, o Pix lidera (47%), seguido pelo cartão de crédito parcelado (44%), dinheiro (34%) e cartão de débito (31%).
Outro estudo conduzido pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) projeta que mais de 132,9 milhões de consumidores devem movimentar R$ 74,6 bilhões na economia neste Natal. Os filhos (60%), mães (48%), cônjuges (44%) e irmãos (28%) estão no topo da lista como os principais presenteados. Entretanto, 64% dos entrevistados pretendem comprar presentes para si mesmos.
A pesquisa destaca que 48% dos consumidores planejam parcelar as compras, sendo que 41% preferem parcelar mesmo podendo pagar à vista, visando garantir uma reserva de dinheiro, e 34% escolhem o parcelamento para adquirir presentes de maior valor. Em relação ao canal de compra, 76% dos entrevistados preferem lojas físicas, com destaque para as de departamento (38%) e shopping centers (31%). Contudo, 50% planejam realizar compras online, representando 81,4 milhões de pessoas.
A redução nas intenções de compra indica um desafio para o varejo natalino em 2023, refletindo a complexidade econômica e as mudanças nos padrões de consumo.