As exportações da China registraram um aumento de 2,3% em dezembro em comparação com o ano anterior, revelaram dados alfandegários divulgados nesta sexta-feira. Esse crescimento superou as expectativas, indicando uma melhoria no comércio global e sinalizando um alívio potencial para as autoridades de política monetária chinesas.
O impulso nas exportações foi impulsionado principalmente pelo setor de semicondutores e eletrônicos, refletindo uma retomada cíclica da demanda do consumidor no exterior, conforme observado por Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.
No entanto, apesar desses sinais encorajadores, a China enfrenta desafios significativos em 2024. Uma crise imobiliária em curso, a cautela dos consumidores e desafios geopolíticos projetam um cenário turbulento para a segunda maior economia do mundo.
Os dados econômicos mostram que os preços ao consumidor na China caíram pelo terceiro mês consecutivo em dezembro. Além disso, os preços de fábrica continuaram a declinar, destacando a persistência das forças deflacionárias na economia chinesa.
No ano passado, as exportações chinesas experimentaram sua primeira queda desde 2016, evidenciando a vulnerabilidade econômica do país. A pressão deflacionária persiste devido à fraca demanda interna, com o setor imobiliário continuando a exercer um peso significativo sobre a economia, conforme apontou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Diante desse cenário desafiador, analistas projetam a necessidade de medidas adicionais de estímulo no curto prazo para impulsionar a demanda interna e combater a pressão deflacionária. Embora haja expectativas de um aumento no consumo durante o Ano Novo Lunar, o consenso é de que a economia chinesa demanda medidas mais robustas para enfrentar os desafios que se apresentam em 2024. Analistas do UBS destacam a importância de mais estímulo para impulsionar os gastos das famílias e fortalecer a resiliência econômica do país.
O caminho à frente parece desafiador, mas as autoridades chinesas podem considerar medidas de afrouxamento monetário adicionais para sustentar a economia e enfrentar os obstáculos que se avizinham em 2024.