Durante uma reunião com os responsáveis pela articulação política do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu sua ausência em momentos importantes de votação no Congresso e prometeu estar mais presente nas futuras conversas com os parlamentares.
Lula expressou disposição para auxiliar a coordenação política em votações cruciais, incluindo conversas com os “ministros de bancada”, indicados pelos partidos no Congresso. Ele reconheceu que poderia ter realizado essas interações na semana anterior para manter seu veto ao fim das “saidinhas” dos presídios, que foi posteriormente derrubado em sessão conjunta do Congresso.
Além disso, o presidente manifestou descontentamento com declarações feitas pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que sugeriu mudanças na Esplanada dos Ministérios, afirmando que “não está tudo bem”.
No encontro, estiveram presentes o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso. Lula cobrou Guimarães por suas declarações e expressou o desejo de que as reuniões de coordenação continuem, independentemente de sua presença.
Guimarães negou qualquer mal-estar e afirmou que as interpretações sobre o assunto são infundadas. Padilha explicou que as reuniões de coordenação foram interrompidas devido à agenda internacional de Lula neste ano e que o encontro atual marca a retomada dessas atividades.
Lula orientou seus líderes a negociar e a defender as pautas importantes para o governo e o PT, mesmo que tenham poucas chances de sucesso, como no caso das “saidinhas”. Ele também enfatizou a necessidade de ampliar o diálogo com os partidos da base e cobrar a participação nas votações.
Em entrevista coletiva após a reunião, Padilha destacou que as derrotas sofridas pelo governo na semana anterior já eram esperadas e que Lula deseja uma maior atuação e engajamento do governo nas questões políticas.