No dia em que o golpe militar de 1964 completa 60 anos, ministros do governo Lula usaram suas redes sociais para expressar repúdio ao regime ditatorial que assolou o país por 21 anos. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), instruiu seus ministros a evitarem atos oficiais alusivos à data, visando a não acirrar as relações com as Forças Armadas.
Entre os que se manifestaram, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, enfatizou a necessidade de repudiar a ditadura, citando as palavras de Ulisses Guimarães. Em sua declaração, Almeida reiterou o compromisso com políticas de memória e verdade sobre a data.
Apesar de ter planejado um ato em homenagem às vítimas da ditadura, o evento de Almeida foi vetado por Lula, que defendeu virar a página na relação com as Forças Armadas, que nos últimos anos mantiveram uma relação de alinhamento ao bolsonarismo.
O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, também se posicionou, reafirmando o compromisso com a democracia, que, segundo ele, é um desafio constante.
Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), prestou homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff, que foi presa e torturada durante a ditadura, destacando sua dedicação à defesa da democracia.
O ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou a importância de lembrar e repudiar a ditadura para evitar sua repetição, enquanto Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, homenageou aqueles que lutaram pela democracia no Brasil, mencionando nomes como Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho.
Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, fez uma homenagem às vítimas da ditadura, expressando o desejo de que o golpe de 60 anos atrás nunca mais se repita e seja sempre lembrado.
O posicionamento dos ministros do governo Lula reflete o compromisso com a democracia e a memória histórica do Brasil, em um momento de debate sobre os horrores do passado e a construção de um futuro democrático e justo para o país.