No cenário político dos Estados Unidos, o palco está sendo montado para um confronto eleitoral de proporções épicas entre dois gigantes políticos: Joe Biden e Donald Trump. Ambos emergiram como os candidatos escolhidos para representar os Partidos Democrata e Republicano, respectivamente, nas eleições presidenciais de 2024. Embora a nomeação oficial ocorra durante as convenções nacionais dos partidos, agendadas para julho e agosto deste ano, a batalha já parece estar traçada entre Biden e Trump.
O Partido Democrata estipulou o mínimo de 1.968 delegados para garantir a nomeação, um marco que Biden alcançou ao vencer as primárias em estados-chave como Geórgia, Washington e Mississippi, além das Ilhas Marianas Setentrionais e entre os democratas no exterior. Por outro lado, Trump assegurou o número necessário de 1.215 delegados, após triunfar nas primárias no Mississippi, Geórgia e Washington, bem como no caucus do Havaí.
A aparente falta de competição dentro dos próprios partidos pode ser interpretada como um reflexo da intensa polarização política que varre os Estados Unidos. Nos anos anteriores, as primárias eram palco para reviravoltas surpreendentes, mas em 2024, a corrida eleitoral se resume a Biden e Trump, ambos impopulares e catalisadores de um “antivoto” significativo.
No caso dos democratas, a ausência de uma disputa acirrada é resultado de dois fatores principais. Primeiro, a incumbência de Biden como presidente lhe confere vantagens consideráveis, como visibilidade e recursos federais, tornando uma oposição interna nas primárias uma tarefa árdua. Além disso, a dificuldade em encontrar candidatos capazes de rivalizar nacionalmente e oferecer um contraponto eficaz a Trump tem sido evidente, dada a divisão interna do partido.
Por outro lado, o Partido Republicano enfrenta uma situação peculiar com a reafirmação de Trump como o principal candidato. Sua radicalização ao longo dos anos e seu apelo persistente dentro do partido são desafios contínuos para qualquer oposição interna. A desistência precoce de figuras como Ron de Santis, Vivek Ramaswamy e Nikki Haley evidencia a força de Trump dentro da legenda.
Com a confirmação de Biden e Trump como candidatos presidenciais, as eleições de 2024 prometem ser um campo de batalha ideológico e político. Enquanto Trump provavelmente adotará uma retórica incisiva, enfatizando questões como imigração, economia e segurança nacional, Biden pode focar em destacar as conquistas de seu mandato até o momento e apelar para a unidade nacional.
Entretanto, a disputa eleitoral não é o único ponto de interesse. A saúde da democracia americana está sob escrutínio, especialmente após a invasão ao Capitólio em 2021 e as consequentes alegações de “eleições roubadas”. A polarização política e o descontentamento popular com o sistema eleitoral, especialmente o Colégio Eleitoral, colocam em xeque a estabilidade democrática do país.
À medida que nos aproximamos das eleições de 2024, os Estados Unidos enfrentam desafios monumentais não apenas em termos de liderança política, mas também na preservação dos princípios democráticos pelos quais tanto lutaram ao longo de sua história.