As principais bolsas da Europa encerraram a sessão desta sexta-feira sem um direcionamento único, refletindo a consolidação das expectativas de um corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) em junho, mas também especulações sobre os futuros passos da instituição monetária.
Em Londres, o índice FTSE 100 registrou uma queda de 0,22%, fechando a 8.321,16 pontos. O mercado londrino foi influenciado por uma série de preocupações que incluem inflação, taxas de juros, política, queda dos preços das matérias-primas e questões de direitos, conforme apontou Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell. A volatilidade afastou o índice dos níveis recordes renovados em sessões anteriores.
Em outras praças europeias, o panorama foi misto:
- Frankfurt: O DAX subiu ligeiramente 0,02%, para 18.694,42 pontos.
- Paris: O CAC 40 recuou 0,09%, encerrando a 8.094,97 pontos.
- Milão: O FTSE MIB avançou 0,07%, alcançando 34.490,71 pontos.
- Madri: O Ibex 35 caiu 0,55%, fechando a 11.249,00 pontos.
- Lisboa: O PSI 20 registrou uma queda de 0,35%, terminando a 6.900,34 pontos.
O dirigente do BCE, Joachim Nagel, reafirmou que há uma “alta probabilidade” de um corte de juros na próxima reunião em junho. No entanto, ele sugeriu que o BCE deve manter a política inalterada no encontro seguinte, em julho, e esperar até setembro para decidir sobre um novo ajuste. Nagel minimizou as preocupações sobre o avanço salarial no primeiro trimestre, indicando sinais contínuos de desinflação na zona do euro.
O Danske Bank projetou que o BCE adotará uma abordagem dependente de dados, sugerindo dois cortes de juros este ano (em junho e dezembro) e mais três no próximo ano, o que traria a taxa de depósito para 2,75% até o final de 2025.
No cenário macroeconômico, o Destatis confirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha cresceu 0,2% no primeiro trimestre em comparação com os três meses anteriores. Por outro lado, o ONS do Reino Unido relatou uma queda maior do que a esperada nas vendas do varejo em abril, de 2,3%.
As bolsas europeias encerraram a semana de forma mista, refletindo as incertezas e expectativas em torno das futuras ações do BCE. A possibilidade de cortes de juros, combinada com dados econômicos variados, moldou um ambiente de negociação cauteloso.