No ano de 2023, o Brasil experimentou uma significativa redução nos preços de alimentos, impactando diretamente o custo de vida da população. De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a carne bovina de primeira teve uma queda generalizada de preço em todas as 17 capitais pesquisadas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao assumir o mandato em janeiro do ano passado, previu uma redução no custo do churrasco, e os números confirmam essa tendência. A carne bovina de primeira registrou uma queda expressiva, com destaque para Salvador, onde os preços diminuíram em impressionantes 12,96% ao longo do ano.
Essa redução nos preços da carne pode ser atribuída ao aumento da oferta no mercado interno e à suspensão temporária das exportações para a China. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) complementa esses dados, mostrando que, no acumulado até novembro de 2023, diversas categorias de carne, como picanha, costela, Pá e Alcatra, experimentaram quedas significativas, contribuindo para a diminuição de 9,87% no grupo das carnes como um todo.
Além da carne, outros itens da cesta básica também apresentaram reduções de preço. O café em pó teve destaque, com uma queda de 19,36% em Vitória, impulsionada pelo aumento da safra de 2022/2023. Da mesma forma, o óleo de soja teve uma diminuição notável, especialmente em Curitiba, onde os preços caíram 33,04%, influenciados pelo recorde na produção brasileira e mundial de soja em 2023.
No entanto, nem todos os alimentos seguiram essa tendência de queda. O arroz, por exemplo, teve aumento em todas as cidades, chegando a uma alta de 44,52% em Goiânia. O Dieese aponta que a demanda interna e externa, principalmente a partir do segundo trimestre, impulsionou os preços desse grão.
Embora a cesta básica tenha ficado mais acessível, o salário mínimo ainda não é suficiente para cobrir os custos. Em dezembro de 2023, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.439,62, revelando que, apesar das reduções nos preços, persistem desafios econômicos para a população. O novo valor do salário mínimo, que entrou em vigor em janeiro de 2024, foi ajustado para R$ 1.412, um aumento de R$ 92 em relação ao ano anterior, embora abaixo da proposta inicial do governo.
Essas oscilações nos preços dos alimentos e as nuances econômicas apresentadas em 2023 deixam claro que, mesmo diante de certa estabilidade, desafios continuam a impactar o poder de compra dos brasileiros.