O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou uma queda de 1,9% em novembro em comparação com outubro. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a redução foi significativa, atingindo 16,4%, resultando em 110,3 pontos. Este declínio revela um ambiente de cautela no setor, apesar das expectativas de aumento nas vendas durante a Black Friday e o Natal.
A análise detalhada do Icec mostra que todos os componentes do indicador apresentaram retração em novembro em todas as comparações. As condições atuais, as expectativas e a intenção de investimentos diminuíram, evidenciando uma perspectiva mais conservadora entre os empresários.
No que diz respeito às condições atuais, houve uma queda de 5,4% em comparação com outubro e de 28,4% em relação a novembro do ano passado. As expectativas tiveram reduções de 0,6% e 11,9%, respectivamente. Quanto à intenção de investimentos, observou-se uma queda de 0,9% em comparação com outubro e de 10,9% em relação a novembro do ano passado.
A CNC destaca que o setor varejista enfrenta desafios nos próximos seis meses, devido às incertezas macroeconômicas no Brasil. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, apontou fatores que contribuem para a maior cautela, como o risco fiscal, juros ainda elevados e possíveis aumentos tributários provenientes da reforma tributária.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, ressaltou que seis em cada dez empresários percebem uma piora na atividade econômica e no desempenho das vendas, refletindo as incertezas do atual panorama. A perspectiva de crescimento do setor está desacelerando, e a percepção sobre as próprias empresas atingiu 99,8 pontos, retornando a um nível abaixo de 100 pontos, algo que não ocorria desde junho de 2023.
Com a cautela elevada, a intenção de contratação no setor diminuiu, registrando recuos de 1,1% em novembro ante outubro e de 15,2% em relação a novembro do ano passado. Esses indicadores sinalizam um cenário desafiador para o comércio nos próximos meses, conforme destacado pela CNC.