O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), destacando que o consumo das famílias no Brasil está surpreendendo positivamente. O documento ressalta que programas sociais e a expansão do mercado de trabalho contribuíram para o aumento da renda bruta das famílias, impulsionando o consumo.
O Copom tomou a decisão, na última quarta-feira (13), de cortar a taxa básica de juros, a Selic, pela quarta vez consecutiva, reduzindo-a para 11,75% ao ano. O BC defendeu a importância da “firme persecução” das metas fiscais, destacando preocupações com o esmorecimento nas reformas estruturais e disciplina fiscal, o que pode impactar a taxa de juros neutra da economia.
A incerteza fiscal em relação à meta estabelecida para o resultado primário foi mencionada, ressaltando que a falta de definição levou ao aumento do prêmio de risco. O governo brasileiro tem a meta de zerar o déficit em 2024, mas as projeções indicam desafios para alcançar esse objetivo.
Quanto à atividade econômica, a ata do Copom destaca a desaceleração esperada da inflação, com uma composição considerada benigna. O ambiente externo, embora volátil, foi descrito como menos adverso em comparação com reuniões anteriores, com sinais de queda nas taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos.
O BC ressaltou que a dinâmica do mercado de trabalho é bastante dinâmica, destacando a ampliação dos ganhos reais de rendimento, possivelmente relacionados a questões temporárias. O Comitê expressou a importância de monitorar de perto as variáveis do mercado de trabalho e os rendimentos reais para avaliar o grau de ociosidade e seus impactos potenciais sobre a inflação.
Em relação à política monetária, o BC indicou que deverá reduzir a Selic em mais 0,5 ponto percentual na próxima reunião, em janeiro, mantendo o ciclo de redução que começou em agosto. O objetivo é controlar o poder de compra da população em meio a uma desinflação que, segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ainda apresenta desafios, mas que contribui para um PIB estruturalmente maior.