O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou hoje sua decisão de cortar a taxa básica de juros, a Selic, de 11,75% ao ano para 11,25% ao ano. Este movimento representa o quinto corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário.
Mesmo diante da recente valorização do dólar e dos juros elevados nos Estados Unidos, o Copom optou por uma redução de 0,5 ponto percentual, alinhada às previsões comunicadas nas últimas reuniões. Os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, previram por unanimidade esses cortes em seus comunicados anteriores.
A decisão ocorre em um contexto de preocupações com as contas públicas, conforme destacado na ata da última reunião em dezembro. O Copom também apontou riscos de um possível repique no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. A incerteza nos mercados, em parte relacionada à capacidade do governo de executar medidas fiscais, e os desafios internacionais, incluindo a perspectiva de aumento de juros nos EUA e tensões geopolíticas, adicionam complexidade à tarefa do BC.
A pesquisa mais recente do boletim Focus, que consulta analistas de mercado, apontava uma expectativa de corte de 0,5 ponto percentual na Selic, corroborando a decisão do Copom. O mercado financeiro agora aguarda para ver como essa redução impactará o cenário econômico brasileiro.
No âmbito da inflação, a estimativa para 2024, de acordo com o boletim Focus, diminuiu de 3,86% para 3,81%. Esse índice encontra-se dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo chegar a 4,5%.
A taxa Selic desempenha um papel crucial nas negociações de títulos públicos e serve como referência para outras taxas na economia. Ao reduzir a Selic, o BC busca incentivar o crédito, estimular a produção e o consumo, almejando, assim, impulsionar a atividade econômica. O próximo Relatório de Inflação está programado para ser divulgado no final de março, fornecendo mais insights sobre as perspectivas econômicas para o restante do ano.