O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as ações de ONGs na região da Cracolândia, em São Paulo, está enfrentando resistência à medida que vereadores retiram suas assinaturas. O requerimento, apresentado por Paulo Rubinho Nunes (União), gerou polêmica após o vereador expressar o desejo de convocar o padre Júlio Lancellotti para “prestar esclarecimentos” na CPI.
Pelo menos quatro vereadores já retiraram suas assinaturas, incluindo Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade), Sandra Tadeu (União) e Thammy Miranda (PL). Thammy, em uma live nas redes sociais com o padre Júlio Lancellotti, afirmou que retirou seu apoio após perceber que o requerimento, ao qual inicialmente deu sua assinatura, direcionava-se especificamente ao religioso.
Durante a transmissão ao vivo, Thammy explicou que, se soubesse que o foco da CPI seria o padre Júlio Lancellotti, não teria assinado o pedido. Ele ressaltou o valor do trabalho social do padre, destacando que ambos compartilham a missão de cuidar das pessoas.
O padre Júlio Lancellotti, por sua vez, expressou sua disposição para o diálogo durante a live, considerando importante a conversa conjunta sobre o tema.
O requerimento inicial da CPI, protocolado em dezembro de 2023, contava com a assinatura de 22 parlamentares. Paulo Rubinho Nunes propôs a investigação das ONGs que atuam na região da Cracolândia, abordando questões como fornecimento de alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários.
A situação evidencia a sensibilidade em torno das discussões relacionadas à Cracolândia e destaca a necessidade de um consenso sobre os objetivos da CPI, buscando um equilíbrio entre investigação e respeito às ações sociais desenvolvidas na região.