As companhias Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) comunicaram nesta segunda-feira (17) que estão analisando a decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que determinou o adiamento da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que decidiria sobre a fusão entre as duas empresas do setor alimentício.
Segundo fato relevante enviado ao mercado, a CVM rejeitou o pedido de interrupção definitiva da votação, por não encontrar fundamentos suficientes para a anulação do processo. No entanto, a autarquia acatou o pedido de adiamento por 21 dias, com o objetivo de obter informações complementares sobre os dados utilizados pelos comitês independentes das companhias envolvidas.
Ambas as empresas informaram que estudam “eventuais medidas cabíveis”, entre elas a possibilidade de solicitar reconsideração da decisão, e que manterão o mercado informado caso ocorram novos desdobramentos.
A solicitação de adiamento foi apresentada pela Latache Capital, acionista minoritária da BRF, conforme revelou a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Entre os pontos alegados pela gestora estão:
– Suposta insuficiência da documentação divulgada;
– Alegações de ilegalidades na formulação da ordem do dia;
– Questionamentos sobre a independência dos comitês envolvidos na análise da fusão;
– Participação direta dos controladores Marcos Molina (fundador da Marfrig) e sua esposa, Marcia, nas decisões do conselho de administração da BRF e da Marfrig.
Apesar do impasse, a BRF divulgou no domingo (15) um resultado parcial da votação online entre os acionistas. De acordo com o relatório, 69% dos votantes até o momento aprovaram a operação, considerando uma base de 51% dos acionistas da companhia.
O banco Goldman Sachs comentou o adiamento e reiterou a recomendação de compra para as ações da Marfrig, com preço-alvo de R$ 27,60 — o que representa um potencial de valorização de 10,4% sobre o fechamento do último pregão.
A fusão entre Marfrig e BRF é acompanhada de perto pelo mercado, já que poderá resultar em uma gigante do setor de alimentos, com atuação robusta nos mercados nacional e internacional.






