A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) encontra-se em um estágio avançado de análise dos comentários recebidos em sua consulta pública sobre a atividade de influenciadores digitais no mercado de capitais. A diretora da CVM, Marina Copola, expressou sua visão sobre o assunto, destacando que é improvável que a regulação da atividade seja tratada como uma prestação de serviço autônoma sujeita a registro. No entanto, ela ressaltou a importância da transparência nas relações entre influenciadores e o mercado, especialmente considerando que os investidores que buscam informações na internet são frequentemente os mais vulneráveis.
Desde 2020, o mercado de capitais passou por mudanças significativas, com uma democratização dos serviços oferecidos. Esse fenômeno trouxe à tona a necessidade de regular a relação entre os participantes do mercado e os influenciadores. Marina Copola mencionou um estudo da CVM realizado em 2022 sobre a possível regulamentação dessa relação comercial.
Entretanto, a regulação das plataformas digitais não está sob a jurisdição da CVM. O debate sobre o papel das redes sociais tem sido amplamente discutido, não apenas no contexto financeiro, mas também em relação aos limites da liberdade de expressão e ao cometimento de crimes.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) identificou 515 influenciadores de investimentos, que possuem um alcance significativo, somando mais de 170 milhões de perfis que seguem essas figuras públicas.
A análise dos comentários recebidos na consulta pública pela CVM reflete um esforço contínuo para equilibrar a inovação no mercado de capitais com a proteção dos investidores e a integridade do sistema financeiro como um todo.
Por fim, a regulamentação dos influenciadores digitais no mercado de capitais continuará sendo um tema de interesse e debate, à medida que as autoridades buscam garantir um ambiente transparente e seguro para todos os participantes do mercado.