Nesta sexta-feira, o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, alertou sobre a crescente deterioração do déficit previdenciário e seu impacto nos resultados financeiros da União. Ceron destacou que o rombo nas contas da Previdência, somente em setembro, atingiu a marca de R$ 21 bilhões, contribuindo para um déficit acumulado no ano de R$ 248,8 bilhões.
Apesar do desafio representado pelo aumento do déficit, Ceron ressaltou que a receita previdenciária permanece com um bom desempenho, impulsionada pelo mercado de trabalho. Ele apontou que, somente no último mês, a arrecadação líquida para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) registrou um crescimento de 5,2%, equivalente a R$ 2,4 bilhões em termos reais.
Entretanto, o secretário do Tesouro alertou para a presença de pressões adicionais que estão surgindo para o ano de 2024. Esses fatores podem influenciar as projeções realizadas pela equipe econômica, especialmente no ano em que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu a meta de zerar o déficit das contas públicas.
Apesar das preocupações com as pressões adicionais, Ceron negou estar indicando qualquer mudança na meta de resultado primário para 2024 com suas observações. Ele enfatizou o compromisso contínuo em busca do melhor resultado primário possível, reafirmando o objetivo de recuperação fiscal para aquele ano.
Em face do contexto internacional desafiador previsto para o próximo ano, o Secretário do Tesouro ressaltou a importância de analisar os impactos e decidir o melhor caminho a seguir. Ele mencionou que a equipe técnica tem fornecido informações relevantes aos ministros para apoiar uma tomada de decisão consistente.
Durante a coletiva, Ceron reforçou o compromisso de alcançar um déficit zero em 2024, mas reconheceu a presença de fatores novos, como o cenário macroeconômico. Ele enfatizou a necessidade de serenidade e usar técnicas adequadas para enfrentar as pressões adicionais que surgem e que podem impactar as contas públicas. O secretário também apontou indicadores que sinalizam uma desaceleração econômica no Brasil.
O alerta do Secretário do Tesouro Nacional traz à tona uma preocupação a respeito do déficit previdenciário e seus desafios, mesmo diante de esforços contínuos para alcançar a estabilidade fiscal. O contexto internacional incerto e os fatores internos que apontam para uma desaceleração econômica no país representam desafios significativos que precisarão ser enfrentados com cautela e análise técnica para garantir a saúde financeira e econômica do Brasil.