O documentário “Lula”, dirigido por Oliver Stone e Rob Wilson, conquistou aclamação durante sua exibição no Festival de Cannes, no domingo (19). O filme, apresentado na mostra “Sessões Especiais”, retrata a vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atraiu uma audiência diversificada que lotou completamente a sala Agnès Varda.
Stone, conhecido por suas obras politicamente engajadas como “Platoon” e “JFK”, introduziu o filme enfatizando a trajetória singular de Lula. O cineasta expressou sua admiração pelo ex-presidente, afirmando que o documentário oferece uma visão apaixonada e crítica do líder político.
O documentário “Lula” traça a vida do presidente desde sua infância em Pernambuco, sua mudança para São Paulo, sua trajetória profissional, o acidente de trabalho que resultou na perda de um dedo, até sua ascensão no movimento sindical e a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar de abordar temas complexos da política brasileira, como a Operação Lava Jato, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro, os produtores descreveram a obra como um “feel good movie”.
A exibição foi calorosamente recebida, com intensos aplausos e gritos de “obrigado” direcionados a Stone e sua equipe. Alguns espectadores até entoaram cânticos em homenagem a Lula. Visivelmente emocionado, Stone agradeceu e elogiou o público.
O documentário também aborda a influência dos Estados Unidos na política brasileira. Stone afirmou que houve interferência norte-americana no impeachment de Dilma Rousseff e na prisão de Lula. Essa tese é reforçada por depoimentos de personalidades como Glenn Greenwald e Walter Delgatti Neto (conhecido como o “hacker da Vaza Jato”), que criticam a atuação do judiciário e da mídia brasileira.