Os mercados financeiros iniciaram a quarta-feira com oscilações modestas tanto no câmbio quanto nos juros futuros, à medida que os investidores aguardam ansiosamente as decisões de política monetária tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. O dólar apresentou uma leve queda em relação ao real após números mais fracos do que o esperado na geração de empregos no setor privado americano. Enquanto isso, as taxas futuras também registraram uma leve baixa, em linha com o movimento dos Treasuries longos, que mostraram uma descompressão de prêmios.
Por volta das 9h50, o dólar era negociado a R$ 5,0259 no mercado à vista, refletindo uma queda de 0,29%. Enquanto isso, o dólar futuro para dezembro caiu 0,20%, chegando a R$ 5,0450. No mesmo horário, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram recuos: o DI para janeiro de 2025 passou de 11,08% no ajuste anterior para 11,06%; o DI para janeiro de 2026 caiu de 11,05% para 11,015%; o contrato para janeiro de 2027 recuou de 11,235% para 11,195%; e o DI para janeiro de 2029 oscilou de 11,59% para 11,56%.
A queda tanto do dólar quanto das taxas futuras reflete a cautela dos investidores diante das incertezas econômicas globais. O mercado está particularmente atento à decisão do Federal Reserve (Fed), marcada para as 15h, bem como à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, que se inicia às 18h30. Uma das preocupações do mercado gira em torno do comportamento que o Copom adotará diante da piora na percepção de risco fiscal, devido à incerteza em torno das metas fiscais estabelecidas pelo governo.
“Com um Congresso inclinado a aumentar gastos e um governo relutante em cortar despesas, a realidade está impactando os mercados locais, especialmente as taxas de juros”, comenta um trader de renda fixa de um grande banco local. Para ele, as apostas na queda das taxas de juros perderam parte de seu apelo anterior. “É uma estratégia interessante, mas o prêmio disponível não é tão atrativo quanto antes”, acrescenta o profissional. Dessa forma, os movimentos de queda das taxas de juros domésticas estão sendo mais contidos, refletindo a cautela dos investidores em meio às incertezas fiscais.