Na abertura desta segunda-feira (7), o dólar apresentou leve alta, alinhado à curva dos títulos do Tesouro americano (Treasuries). No entanto, logo inverteu sua trajetória, registrando viés de baixa, refletindo o fluxo comercial positivo para operações de carry trade.
Essa movimentação do câmbio é influenciada pelas expectativas de aumento da taxa Selic no Brasil, em resposta à inflação, e pela perspectiva de cortes menos agressivos nas taxas de juros dos Estados Unidos. O relatório de empregos (payroll) divulgado nos EUA superou as expectativas do mercado, o que afastou a possibilidade de cortes mais acentuados nas taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed).
Além disso, a valorização persistente do petróleo tem contribuído para a apreciação do real frente ao dólar.
Expectativas para a Política Monetária nos EUA
O mercado precifica uma probabilidade majoritária de corte de 25 pontos-base (pb) nas taxas de juros pelo Fed em novembro. No entanto, a recente divulgação de dados econômicos mais fortes nos EUA levou investidores a considerar a possibilidade de manutenção das taxas no próximo mês, eliminando, por enquanto, a chance de cortes mais expressivos de até 50 pb.
Inflação e Cenário Brasileiro
No Brasil, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou uma alta de 1,03% em setembro, acima das expectativas do mercado, que previam uma elevação média de 0,83%. O aumento na tarifa de energia elétrica residencial, com alta de 7,04%, pressionou o índice de preços no varejo.
De acordo com o Boletim Focus, a expectativa do mercado para a inflação suavizada nos próximos 12 meses caiu ligeiramente, de 3,97% para 3,92%. Já a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 variou de 4,37% para 4,38%, próximo do teto da meta de 4,50%.
A meta de inflação contínua para 2025, de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual, permanece inalterada, e as previsões para 2026 e 2027 continuam descoladas do centro da meta, com expectativas de 3,60% e 3,50%, respectivamente.
Cotação do Dólar
Às 9h46, o dólar à vista registrava queda de 0,47%, sendo negociado a R$ 5,430, enquanto o dólar para novembro recuava 0,36%, cotado a R$ 5,446.
Este cenário reflete a volatilidade dos mercados em resposta aos dados econômicos e às decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, mantendo os investidores atentos às próximas movimentações.