Na última sessão de 2023, o dólar teve mais um dia de alta frente ao real, fechando a R$ 4,8534, com uma valorização de 0,43%. No acumulado da semana, a moeda norte-americana teve uma desvalorização de 0,17%, totalizando uma queda de 8,08% no ano. Este desempenho representa o melhor ano para o real desde 2016, quando o dólar teve uma baixa de 17,88%.
O comportamento do câmbio nesta quinta-feira foi influenciado pela disputa técnica pela formação da última taxa Ptax de 2023, que ficou em R$ 4,8413, representando uma queda de 1,91% em dezembro e de 7,21% no ano.
Após a pressão inicial da Ptax, o cenário externo prevaleceu, com o dólar passando por um ajuste no mercado internacional. A expectativa de que os juros nos Estados Unidos se aproximam do início de um ciclo de baixa contribuiu para a desvalorização da moeda nos últimos dias. No entanto, nesta sessão, os Treasuries tiveram uma alta, impulsionando o dólar.
Moedas de mercados exportadores de commodities sofreram mais, influenciadas pela queda do petróleo e do minério de ferro na China. A robusta balança comercial brasileira, com um saldo positivo de US$ 94,179 bilhões até a primeira quinzena de dezembro, contribuiu para ancorar a cotação do real em 2023.
Além disso, a atratividade da renda fixa local, mesmo com o processo de redução de juros pelo Banco Central, também foi apontada como um fator que influenciou o desempenho do real em 2023. O IPCA-15 acelerou para 0,40% em dezembro, segundo dados do IBGE, o que inibiu apostas, no mercado de juros, de uma maior intensidade na queda da Selic.