Uma pesquisa recente, denominada Radar Febraban, revelou que a maioria dos brasileiros (53%) mantém uma perspectiva otimista de melhorias na economia do país ainda este ano. O levantamento, conduzido pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) a pedido da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), contou com a opinião de 2 mil pessoas de diversas regiões do Brasil.
Uma notável parcela de 41% dos entrevistados acredita que o acesso ao crédito irá aumentar nos próximos meses, enquanto 37% têm a expectativa de que seu poder de compra também cresça, impulsionado pela melhoria das condições econômicas.
Os resultados positivos podem ser atribuídos, em parte, à redução da inflação. Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, “O aumento das expectativas deve-se ao recuo da inflação, que garante o poder de compra do brasileiro diante do cenário atual do País.
A pesquisa também apontou que 41% dos entrevistados acreditam que o acesso ao crédito aumentará nos próximos meses, enquanto 36% preveem que suas condições de endividamento permanecerão inalteradas.
Embora o cenário seja promissor, mais da metade dos entrevistados (51%) relatou ter algum tipo de dívida no momento. No entanto, durante o levantamento, 40% expressaram a esperança de estarem menos endividados até o final do ano, enquanto 36% acreditam que permanecerão na mesma situação.
Em relação ao mercado de trabalho, 39% dos entrevistados acreditam que o desemprego diminuirá ainda em 2023.
O Programa Desenrola Brasil, criado pelo governo federal para renegociar dívidas e aliviar o orçamento das famílias, é conhecido por 45% dos entrevistados. No entanto, esse número cai para 39% entre pessoas com baixa escolaridade e para 28% entre jovens de 18 a 24 anos.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, o programa contribuiu para uma redução na proporção de lares endividados, passando de 78,5% em junho para 78,1% em julho. Esse declínio é notável, já que representa a primeira queda desde novembro de 2022.
Fernando Lamounier enfatiza que, além das políticas como o Desenrola Brasil, a educação financeira é fundamental para a estabilidade econômica do país. Ele ressalta que a falta de conscientização sobre gastos é uma das causas do endividamento, especialmente entre os jovens. Para ele, investir em educação financeira é um passo necessário para a redução do número de endividados.
“Esta compreensão beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor. A educação financeira e o planejamento para realização de grandes projetos necessita de mais investimentos no Brasil, pois é desta forma que caminharemos para uma diminuição mais expressiva no número de endividados”, explica.
A pesquisa demonstra que apesar dos desafios, os brasileiros mantêm uma visão positiva quanto ao futuro econômico do país, enquanto a conscientização financeira ganha destaque como ferramenta para promover estabilidade e bem-estar financeiro em todos os níveis da sociedade.