As eleições municipais de 2024 se aproximam, e com elas, importantes datas para o calendário eleitoral. Em 3 de outubro, os candidatos à prefeitura terão sua última oportunidade de participar de debates transmitidos por emissoras de rádio e televisão. Esse também será o último dia para a veiculação de propaganda eleitoral nesses meios de comunicação. Com o primeiro turno marcado para 6 de outubro, a corrida eleitoral entra em sua fase decisiva, com os eleitores mais atentos às propostas dos candidatos.
Regras dos debates eleitorais
De acordo com a legislação vigente, os debates eleitorais são regidos por um acordo entre os partidos políticos e as emissoras de rádio ou televisão interessadas em realizar o evento. Esse acordo precisa ser validado por pelo menos dois terços dos candidatos, garantindo a participação de todos que se enquadram nas regras estabelecidas pela lei eleitoral.
A lei também assegura que apenas candidatos de partidos, federações ou coligações com representação mínima de cinco parlamentares no Congresso Nacional podem participar dos debates. Contudo, uma vez convidado, nenhum candidato pode ser excluído da programação, desde que o convite tenha sido feito dentro dos prazos estipulados.
Caso não haja acordo entre os partidos e as emissoras, os debates deverão ser realizados com a presença mínima de três candidatos para o mesmo cargo. O formato pode variar, desde debates individuais até a formação de grupos. Além disso, a ordem de fala dos candidatos deve ser definida por sorteio, garantindo a imparcialidade do processo.
Os debates podem ocorrer até as 7h da sexta-feira, o que dá margem para estender o evento caso haja necessidade. Se algum candidato não comparecer, o tempo destinado a ele pode ser convertido em uma entrevista, conforme definido pelas regras.
Propaganda eleitoral no rádio e TV
A propaganda eleitoral, que começou no dia 30 de agosto, é uma das principais ferramentas utilizadas pelos candidatos para apresentar suas propostas ao eleitorado. No entanto, esse período de divulgação encerra-se em 3 de outubro, dando fim às veiculações em rádio e televisão para o primeiro turno das eleições municipais de 2024.
O direito de os partidos políticos utilizarem os meios de comunicação para promover suas campanhas está garantido na Constituição, por meio do artigo 17. Esse artigo estipula que os partidos têm acesso gratuito ao rádio e à televisão para divulgar suas propostas. O chamado horário eleitoral gratuito é regulamentado pela Lei das Eleições, que assegura a isenção de custos para partidos, coligações e candidatos.
Embora chamado de “gratuito”, o horário eleitoral gera compensações fiscais para as emissoras de rádio e TV que cedem espaço para a propaganda política. Ou seja, as empresas de comunicação recebem uma redução em seus impostos em troca da transmissão dos programas eleitorais, conforme previsto na legislação.
Distribuição do tempo de propaganda
A propaganda eleitoral é transmitida em blocos de 10 minutos, distribuídos em horários específicos. No rádio, as inserções para candidatos a prefeito são exibidas das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na televisão, os horários são das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40. Esses blocos são destinados exclusivamente aos candidatos ao cargo de prefeito.
Os candidatos a vereador, por sua vez, contam com 40% do tempo das inserções diárias, enquanto os candidatos à prefeitura ocupam os 60% restantes. Essas inserções têm duração de 30 a 60 segundos e são veiculadas de maneira uniforme ao longo da programação das emissoras, entre 5h e 0h.
As emissoras de rádio e TV precisam garantir que as inserções sejam distribuídas de forma equilibrada, sem sobreposição de conteúdo. Isso significa que não é permitido veicular gravações idênticas em intervalos curtos, exceto em situações excepcionais, como a falta de material disponível.
O que é proibido na propaganda eleitoral gratuita?
A legislação eleitoral brasileira estabelece uma série de restrições para a propaganda eleitoral veiculada no rádio e na TV. Entre as proibições mais relevantes, está a veiculação de conteúdo que ridicularize ou denigra a imagem de qualquer candidato. Caso uma emissora ou partido infrinja essa regra, pode perder o direito de exibir a propaganda eleitoral no dia seguinte à decisão judicial.
Além disso, a repetição de infrações já punidas pela Justiça Eleitoral pode levar à suspensão temporária da participação de um partido, coligação ou federação no horário eleitoral gratuito. O objetivo dessas medidas é garantir uma disputa justa e equilibrada, sem a interferência de práticas desleais ou ofensivas.
Outra proibição importante envolve a venda de espaço publicitário para propaganda política paga nas emissoras de rádio e TV. As empresas de comunicação também estão impedidas de transmitir entrevistas que identifiquem o eleitor entrevistado ou manipulem dados de pesquisa eleitoral.
Adicionalmente, programas de entretenimento, como filmes, novelas e minisséries, não podem fazer alusão direta ou indireta a qualquer candidato, partido ou coligação durante o período eleitoral. Apenas programas jornalísticos ou debates estão autorizados a tratar desses temas de maneira objetiva e informativa.
O papel das emissoras de rádio e TV durante as eleições
As emissoras de rádio e televisão desempenham um papel fundamental durante o processo eleitoral, fornecendo aos eleitores acesso às propostas e posicionamentos dos candidatos. Contudo, elas também têm responsabilidades claras em relação à imparcialidade e à transparência da informação que veiculam.
Entre as obrigações impostas pela legislação, está a proibição de tratamento privilegiado a qualquer candidato ou partido político. A cobertura eleitoral deve ser equilibrada, garantindo que todos os participantes da disputa tenham oportunidade igual de expor suas ideias e projetos.
Além disso, as emissoras precisam respeitar os prazos e as regras estabelecidas para a realização de debates, entrevistas e transmissões de propaganda eleitoral. Isso inclui a escolha imparcial dos dias e horários de veiculação, bem como o cumprimento das normas para sorteio da ordem de fala dos candidatos.
Com o primeiro turno das eleições marcado para 6 de outubro, o cenário político nas cidades brasileiras entra em uma fase decisiva. As campanhas eleitorais no rádio e na TV, assim como os debates, são momentos cruciais para que os eleitores possam avaliar as propostas e trajetórias dos candidatos. Para os partidos, é a última oportunidade de conquistar o voto dos indecisos e reforçar suas ideias perante a população.
Com o encerramento da propaganda eleitoral e dos debates, resta aos eleitores refletirem sobre as propostas apresentadas e exercerem seu direito de voto com consciência.