Na recente conferência da ONU, a comitiva brasileira enviou uma mensagem clara e unificada sobre sua intenção de promover a produção e os investimentos na economia verde. O governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva tem como plano tornar o Brasil um polo de referência mundial em sustentabilidade, e os parlamentares brasileiros presentes na conferência endossaram essa visão.
Durante três dias intensos de conferência, o ex-presidente Lula teve 14 compromissos oficiais e testemunhou um recorde de encontros comerciais que envolveram os cinco ministros brasileiros que o acompanhavam. A presença destacada incluiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que destacaram a importância de alinhar a economia com a preocupação ambiental.
O Brasil está buscando uma parcela significativa dos US$ 9 trilhões previstos até 2030 para o mercado de energia limpa, produção sustentável de alimentos e indústrias de baixo carbono. O ministro Haddad enfatizou que o objetivo é promover uma mudança profunda no modelo de desenvolvimento ambiental e melhorar a posição do Brasil na economia global.
Com o Brasil atualmente presidindo o G20, o ministro da Fazenda acredita que há um ambiente favorável para que o mundo olhe para o novo Brasil, que busca se posicionar como líder na agenda de desenvolvimento sustentável e inclusiva.
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil tem a oportunidade de capturar até 30% do mercado trilhardário que se abre para a economia verde, aproveitando sua rica diversidade.
A iniciativa inclui o lançamento de títulos soberanos verdes, que podem arrecadar R$ 10 bilhões para projetos de obras sustentáveis. Além disso, o BNDES e o Banco dos Brics captarão recursos e financiarão projetos relacionados à energia limpa, descarbonização, reestruturação de florestas e pesquisa & desenvolvimento.
O Banco do Brasil também está ativamente envolvido nessa transformação, trabalhando para que sua Carteira de Crédito Sustentável alcance R$ 500 bilhões até 2030. A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiro, afirmou que a instituição deseja ser reconhecida como protagonista mundial em práticas e negócios mais verdes no sistema financeiro.
A estratégia do governo não se limita a captar investimentos em “dinheiro verde”. Haddad e Marina Silva também buscam a transformação interna do país em um ambiente de produção sustentável em todas as áreas da economia, modernizando-a com base nas vantagens competitivas do Brasil.
No entanto, para que essa visão se torne realidade, é fundamental que o Legislativo aprove medidas legislativas que regulamentem aspectos da nova economia verde, como créditos de carbono e projetos relacionados à produção sustentável. O apoio do Parlamento é fundamental para avançar nessa agenda.
O Brasil se apresenta como um protagonista na transição para uma economia mais verde, e o mundo está observando de perto como o país transformará suas riquezas naturais em investimentos sustentáveis, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios legislativos que acompanham essa mudança.