O Ministério da Fazenda anunciou nesta terça-feira uma revisão em suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação, refletindo uma análise mais cautelosa do cenário econômico brasileiro.
Para o crescimento do PIB em 2023, a estimativa foi revisada de 3,2% para 3%, conforme divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta. A revisão para baixo reflete uma menor expectativa de expansão no terceiro trimestre, além de projeções menos otimistas para o setor de serviços no restante do ano. A SPE destaca, no entanto, que há perspectivas de aceleração no ritmo da atividade no quarto trimestre, impulsionadas pelo crescimento de subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias.
Quanto à projeção de crescimento para 2024, a SPE revisou de 2,3% para 2,2%, citando aumento das incertezas no ambiente externo, tanto em termos de política monetária dos países centrais quanto pela possibilidade de agravamento de conflitos geopolíticos globais. A secretaria destaca que, apesar das incertezas, as atividades menos influenciadas pelo setor externo devem se beneficiar de uma política monetária menos contracionista, melhores condições de crédito e crescimento da massa de rendimento real.
No que diz respeito à inflação, o Ministério da Fazenda revisou para baixo suas projeções para 2023. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi ajustada para 4,66%, ante a previsão anterior de 4,85%. Para 2024, a expectativa é de 3,55%, comparada à projeção anterior de 3,40%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve fechar o ano em 4,04%, abaixo da previsão anterior de 4,36%. Para 2024, a projeção é de 3,25%, frente a 3,21% estimados anteriormente.
No que se refere ao Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), a expectativa é de uma queda de 3,30% para 2023. Para 2024, a projeção se mantém em 4%.
A SPE destaca que o processo de desinflação ocorreu mais rapidamente do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes, levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023. Para 2024, a estimativa para inflação medida pelo IPCA teve um leve aumento devido ao reajuste de ICMS anunciado pelos Estados, além de mudanças pontuais no cenário projetado para câmbio e preços de commodities, considerando também os efeitos do El Niño nos preços de alimentação, energia e etanol.