O governo federal está preparando uma proposta intermediária para atender aos pleitos da indústria siderúrgica, visando sobretaxar o aço importado no Brasil em até 25%. Segundo informações obtidas pelo Estadão/Broadcast, a medida busca equilibrar a proteção do mercado nacional com a preocupação em evitar impactos inflacionários e problemas diplomáticos, especialmente com a China.
Detalhes da Proposta
A proposta prevê a definição de uma cota de importação para determinados itens siderúrgicos, baseada na média das compras realizadas entre os anos de 2020 e 2022. Dentro dessa cota, as alíquotas de importação permaneceriam as mesmas. No entanto, caso as importações ultrapassem esse limite, o imposto de importação seria elevado para 25%.
A expectativa é que a proposta seja analisada na próxima terça-feira, 23, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), após discussões na Casa Civil agendadas para a segunda-feira anterior.
Pressões e Preocupações
A indústria siderúrgica brasileira tem pressionado o governo por uma medida mais robusta de proteção, especialmente após a exclusão de doze produtos siderúrgicos do rol de itens que sofreram redução no imposto de importação em junho de 2022. No entanto, o governo enfrenta o desafio de balancear essa demanda com a necessidade de evitar impactos inflacionários.
Reações e Expectativas
A proposta tem gerado reações diversas, especialmente dentro da cadeia produtiva afetada pelo possível aumento de impostos. Entidades de representação têm alertado para os riscos de desindustrialização e perda de competitividade caso o Brasil aumente a taxação das importações de aço.
Além disso, existe a preocupação com possíveis retaliações comerciais, sobretudo da China, país com o qual o Brasil mantém relações comerciais relevantes. O temor é que um aumento nas taxas de importação de aço brasileiro resulte em represálias por parte da China, afetando outros setores da economia.
A proposta do governo federal para sobretaxar o aço importado em até 25% reflete o esforço em equilibrar interesses divergentes e mitigar os impactos de uma medida protecionista. A análise cuidadosa dos dados e o diálogo com os diversos setores envolvidos são fundamentais para encontrar uma solução que promova o desenvolvimento econômico do país sem comprometer suas relações comerciais internacionais.