Com o aumento alarmante dos casos de dengue em todo o país, a demanda pela vacina contra a doença atingiu níveis sem precedentes. No entanto, as grandes redes de farmácias em São Paulo estão enfrentando um sério problema de desabastecimento de estoque para a primeira dose do imunizante.
A situação se agrava devido à priorização do fornecimento da vacina para o Ministério da Saúde, que planeja iniciar a vacinação pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ainda em fevereiro. Essa medida tem levado à escassez do produto nas prateleiras das farmácias, afetando a disponibilidade para o público em geral.
As redes Droga Raia e Drogasil, por exemplo, relataram um aumento exponencial de 600% na aplicação da vacina entre novembro e o final de janeiro. Essa demanda crescente esgotou quase completamente o estoque da primeira dose em suas unidades.
Em comunicado oficial, a empresa controladora das marcas explicou: “Diante da forte alta da demanda pela vacina da dengue e da opção do fornecedor em priorizar o atendimento ao setor público, há uma redução de estoques das vacinas da dengue em nossas farmácias.” No entanto, eles asseguram que a segunda dose estará disponível para aqueles que já receberam a primeira dose.
A situação não é diferente em outras grandes redes, como Pague Menos e Extrafarma, que praticamente não têm mais a vacina disponível para a primeira dose. Apenas alguns estados ainda contam com doses disponíveis, e a expectativa é que o problema persista enquanto a demanda continuar alta e o fornecimento limitado.
O Grupo DPSP, que controla as drogarias Pacheco, também confirma a escassez e garante a disponibilidade da segunda dose para seus clientes.
A fabricante da vacina, a farmacêutica japonesa Takeda, justificou a limitação do fornecimento para o mercado privado brasileiro como uma medida para garantir a segunda dose daqueles que já iniciaram o esquema vacinal. Isso significa que não haverá doses excedentes para novos pacientes receberem a primeira dose.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde continua a distribuição da vacina para cerca de 500 municípios em 16 estados e no Distrito Federal, priorizando áreas com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus. A vacinação inicialmente será direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, visando reduzir a taxa de hospitalização associada ao vírus nesse grupo etário.