O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu uma declaração nesta sexta-feira (4) destacando que o estoque de precatórios referentes ao governo anterior, que devia ser quitado agora, é menor do que o inicialmente estimado, o que ele classificou como uma “boa notícia”. Haddad informou que as decisões judiciais transitadas em julgado resultaram em um volume de precatórios significativamente inferior às expectativas.
“A boa notícia é que as decisões transitadas em julgado, as sentenças, tiveram volume muito menor do que o que era esperado. Esperava-se algo em torno de R$ 20 a R$ 30 bilhões de estoques acumulados até 2027. E a nossa estimativa é que isso deve cair para menos de R$ 10 bilhões, possivelmente em torno de R$ 7 bilhões. Isso faz crer que houve uma espécie de bolha de condenações em torno de decisões da Justiça, mas tudo concorre para que o patamar de precatórios volte para uma trajetória razoavelmente administrável”, declarou o ministro.
Haddad também esclareceu que a intenção não é repassar esses pagamentos para o próximo governo. Ele enfatizou que essa questão representa uma herança desafiadora do governo anterior e que a meta é encontrar uma solução antes do próximo mandato.
“Esta foi uma herança ruim do governo anterior. Foi a primeira vez na história, que eu tenha lembrança, que o governo deixou de honrar seus compromissos. Penso que tudo caminhando para o que nós estamos prevendo, vamos ter uma solução e não vamos deixar essa bomba para o governo que vem, qualquer que seja ele, em 2027”, afirmou o ministro.
O ministro também abordou especulações recentes sobre a economia brasileira, destacando a importância de manter a cautela ao analisar os acontecimentos econômicos. Ele referiu-se a uma turbulência no mercado americano de títulos que teve reflexos em várias nações, incluindo o Brasil, e enfatizou que não é apropriado atribuir essa turbulência à decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros Selic em 0,50 ponto percentual.
Haddad ressaltou que é vital manter a calma e observar as flutuações econômicas com uma perspectiva mais ampla. Ele ilustrou esse ponto com uma analogia em relação à precificação do petróleo, onde pequenas alterações podem resultar em especulações exageradas.
Por fim, o ministro elogiou a recente decisão do Banco Central de diminuir a taxa Selic para 13,25%, a primeira redução em três anos. A medida surpreendeu o mercado financeiro, que previa um corte menor, de 0,25 ponto percentual. Haddad respaldou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ao destacar que a redução foi possibilitada pela queda na inflação e que novos cortes de 0,5 ponto percentual estão planejados para as próximas reuniões.
“Quero aqui elogiar, mais uma vez, a decisão do Copom [Comitê de Política Monetária]. Estou dizendo: a decisão está corretíssima. Basta ver os indicadores de hoje. Veja como a economia brasileira está reagindo. E ela está correta, a direção está correta”, finalizou Haddad.