O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou um prazo de 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o relatório no qual a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 16 pessoas por suposta fraude do certificado de vacinação para covid-19.
Essa é a primeira vez que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá a oportunidade de avaliar uma investigação envolvendo Bolsonaro desde que assumiu o cargo, em dezembro do ano passado, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O sigilo sobre o relatório da PF foi levantado hoje (19) por Moraes. De acordo com as investigações, ao menos nove pessoas teriam se beneficiado de um esquema de fraude, que teria sido organizado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Entre os beneficiados estariam a esposa e três filhas de Bolsonaro, além do próprio ex-presidente e sua filha, e o deputado Gutemberg Reis de Oliveira (MDB-RJ).
Segundo as informações apuradas, Mauro Cid teria inserido informações falsas no sistema do Ministério da Saúde para facilitar a entrada e saída de Bolsonaro dos Estados Unidos, driblando as exigências sanitárias contra a covid-19 impostas tanto pelos EUA quanto pelo Brasil. Ambos os países requeriam comprovação de vacinação contra a doença para os interessados em cruzar a fronteira.
Em sua conta na rede social X (antigo Twitter), o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, criticou a divulgação do indiciamento, destacando a continuidade dos vazamentos de informações. Vazamentos continuam aos montes, ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu.
Agora, com a manifestação da PGR, aguarda-se os próximos desdobramentos desse caso que coloca o ex-presidente Bolsonaro no centro de uma investigação por fraude relacionada à pandemia de covid-19.