O círculo próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem aconselhado cautela e distanciamento em relação ao conflito entre Israel e Irã, motivado por episódios anteriores que resultaram em desgaste político. Em 2023, Lula tentou mediar conflitos internacionais, incluindo o entre Ucrânia e Rússia, e o entre Israel e Hamas. No ápice deste último, suas declarações comparando as ações de Israel em Gaza ao holocausto foram utilizadas pela oposição, contribuindo para rejeição por parte de determinados grupos, como o eleitorado evangélico.
Em virtude desses antecedentes, os conselheiros de Lula recomendam que ele mantenha uma posição mais distante do conflito atual, deixando as manifestações conduzidas pela diplomacia brasileira. Se questionado, sugere-se que faça declarações genéricas em prol de um entendimento que evite um agravamento do conflito armado.
No Palácio do Planalto, há a percepção de que é momento de priorizar a agenda interna brasileira, evitando que posicionamentos internacionais interfiram nas conquistas da atual gestão. Isso é ressaltado em meio às recentes tensões entre Israel e Irã.
Em comunicado divulgado pelo Itamaraty no sábado, 13, o governo brasileiro expressou “grave preocupação” diante dos relatos sobre o envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel.
Entenda que um ataque direto e sem precedentes foi lançado pelo Irã contra Israel na noite de sábado, 13, utilizando drones-kamikaze não tripulados e mísseis. Apesar de Israel ter conseguido interceptar a maioria dos artefatos, o evento gerou alerta máximo nas forças de segurança israelenses.
Dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) indicam que o Irã possui o segundo maior contingente militar do Oriente Médio, ficando atrás apenas do Egito. Enquanto isso, Israel mantém um efetivo considerável, com destaque para suas forças aéreas e terrestres.
O diferencial de Israel inclui a posse de armas nucleares, embora mantidas secretamente, conforme estimativas da Federação dos Cientistas Americanos. Por outro lado, o Irã, apesar de desenvolver um programa atômico, ainda não possui capacidade nuclear confirmada.
Em suma, diante da complexidade e da sensibilidade do conflito entre Israel e Irã, o presidente Lula é aconselhado a adotar uma postura cautelosa e a manter a prioridade nas questões domésticas, evitando interferências que possam gerar desgastes políticos e diplomáticos.