Em um esforço conjunto para promover a paz e evitar escalada na disputa territorial entre Venezuela e Guiana, as nações que compõem o Mercosul emitiram uma declaração nesta quinta-feira, expressando profunda preocupação com as crescentes tensões. O documento, assinado por países como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, bem como nações associadas, incluindo Chile, Colômbia, Equador e Peru, apela ao diálogo e à busca de uma solução pacífica da controvérsia.
A declaração ressalta que a América Latina deve ser um território de paz e alerta contra ações unilaterais que podem agravar a situação. O comunicado insta ambas as partes a evitarem iniciativas unilaterais que possam intensificar as tensões na região. A Venezuela, suspensa do Mercosul desde 2017, e a Guiana estão em meio a uma disputa pelo território de Essequibo, de quase 160 mil quilômetros quadrados.
Durante a 63ª reunião de cúpula do Mercosul, realizada no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu descontentamento com a situação, enfatizando a posição da América do Sul como uma zona de paz. “Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito”, declarou. As tensões entre os dois países se intensificaram recentemente devido à disputa sobre Essequibo, uma área rica em petróleo.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, classificou o plano de ação lançado por Nicolás Maduro, presidente venezuelano, como uma “ameaça iminente” à integridade territorial e à paz mundial. Anunciou medidas de precaução, incluindo levar o assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para adoção de “medidas apropriadas”.
A disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo tem raízes antigas e foi intensificada pela descoberta de grandes reservas de petróleo. O plano recentemente anunciado por Maduro para a região aumentou as tensões, levando a Guiana a buscar medidas de precaução para proteger sua nação e recorrer ao cenário internacional para resolver a controvérsia.