O governo de Javier Milei, na Argentina, emitiu um comunicado nesta quinta-feira (14), anunciando que as Forças Armadas tomarão medidas contra bloqueios de ruas e obstruções à livre circulação durante protestos no país. O aviso é direcionado aos chamados “piqueteiros”, grupos de organizações que utilizam o bloqueio de vias como principal forma de manifestação.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, divulgou o que chamou de protocolo para a manutenção da ordem pública, afirmando que isso se dá por instrução do presidente. Bullrich ressaltou que a iniciativa não é uma questão de ideologias, mas sim de garantir que o país viva em paz e ordem.
Essas declarações ocorrem em meio ao anúncio de um pacote econômico rigoroso para os próximos meses, visando conter a inflação que atingiu 161% anuais em novembro. Com cortes em cargos públicos e subsídios, é esperado um aumento nas manifestações de sindicatos e organizações sociais, marcando um ato para a próxima quarta-feira (20).
A ministra Bullrich, conhecida por sua postura firme contra esses protestos, detalhou que as quatro forças de segurança federais (Exército, Força Aérea, Marinha e Serviço Penitenciário) serão mobilizadas para intervir nos bloqueios de ruas, sejam parciais ou totais.
Ela explicou que os agentes terão autorização para agir em flagrante, conforme o artigo 194 do Código Penal argentino, que prevê punições para aqueles que obstruem o funcionamento normal dos transportes.
O governo, liderado por Milei, adotou a frase “dentro da lei tudo, fora da lei nada” para abordar a questão. O novo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, enfatizou que haverá “sanções severas a todos aqueles envolvidos em impedir a livre circulação dos argentinos”.
Uma das entidades que lideram os “piqueteiros” é o Polo Obrero, composto por trabalhadores desempregados ou de baixa renda. Eles planejam participar do grande protesto contra Milei na próxima quarta-feira, que marca os 22 anos das violentas manifestações que ocorreram na crise de 2001.
O governo de Milei também anunciou medidas de ajuste fiscal, suspendendo novas obras públicas, reduzindo subsídios de energia e transporte, e realizando cortes em repasses às províncias. Essas ações têm gerado descontentamento e aumentado a mobilização popular, refletindo a tensão política e social na Argentina.