Dados divulgados pelo Ministério de Assuntos Internos e Comunicações nesta sexta-feira revelaram que a taxa de inflação do Japão registrou uma queda em março, em comparação com o mês anterior. Esse declínio ocorreu à medida que os aumentos nos preços dos alimentos não perecíveis e na hospedagem moderaram, indicando uma tendência de estabilização nos índices de preços ao consumidor.
O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), que desconsidera os alimentos frescos, apresentou um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa cifra representa uma desaceleração em relação ao aumento de 2,8% observado em fevereiro. As projeções dos economistas, conforme levantamento realizado pela Quick, se mostraram alinhadas com esse resultado, com uma previsão mediana de inflação subjacente de 2,6%.
Os preços dos alimentos não perecíveis subiram 4,6%, evidenciando uma desaceleração em relação ao ganho de 5,3% registrado no mês anterior. Da mesma forma, as tarifas dos quartos de hotel apresentaram um aumento de 27,7%, em comparação com o salto de 33,3% observado no período precedente. Por outro lado, as contas de serviços públicos registraram uma queda de 1,7%, com os preços do gás diminuindo 7,1%.
O índice cheio de preços ao consumidor de março registrou um aumento de 2,7%, enquanto o índice básico, excluindo alimentos frescos e energia, apresentou uma elevação de 2,9%.
Apesar da desaceleração, a inflação continua acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão (BoJ), o banco central do país. No entanto, sinais de um crescimento mais fraco nos preços podem influenciar a decisão do banco central em relação a futuros aumentos nas taxas de juros.
O BoJ tem enfatizado a importância de uma inflação impulsionada por aumentos salariais, destacando a necessidade de medidas que garantam uma recuperação econômica equilibrada.
Os altos custos das matérias-primas continuam sendo um fator significativo no aumento dos preços. Segundo uma pesquisa realizada pela Teikoku Databank com processadores de alimentos, os custos das matérias-primas foram citados como motivo para os aumentos de preços planejados em 89% dos produtos entre janeiro e julho. Além disso, os custos trabalhistas mais elevados foram identificados como impulsionadores dos aumentos de preços em 24% dos produtos no final de março.