O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, assegurou nesta quinta-feira que nunca cogitou deixar o comando da autoridade monetária, apesar das críticas que tem enfrentado de membros do governo federal. Essa declaração foi feita durante entrevista concedida.
Campos Neto também expressou sua disposição de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “a qualquer momento”. Ele mencionou que teve uma única conversa pessoal com Lula, considerada muito positiva, ainda em 2022. Desde então, não houve mais encontros pessoais entre eles. Ele ressaltou que mantém reuniões frequentes com ministros, especialmente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Conforme declarado pelo presidente do BC, o país encontra-se em um cenário de polarização, onde o presidente Lula possui opiniões sobre a política de juros. Ele comentou que essa dinâmica faz parte do processo político e, com o tempo, as pessoas compreendem que o Banco Central opera de forma técnica.
Além disso, Campos Neto destacou que a autonomia do Banco Central é um processo gradual, onde fundamentos são incorporados ao longo do tempo. Ele ressaltou que a atualidade é marcada por um grande teste da autonomia do BC e que a instituição tem aprendido muito sobre como conduzir debates e comunicações relacionadas ao seu papel.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continua comprometido com a missão da autoridade monetária, apesar dos desafios e das críticas que têm surgido. Ele enalteceu o caráter técnico da instituição e a importância de manter um diálogo construtivo, mesmo em um ambiente de polarização política.